— Eu soube que muita gente vai estar lá. — Esther se olhava diante do espelho do meu quarto no dia do festival de dança da Academia. Seu vestido, como eu não poderia ficar surpreso, era preto.
— Isso só me deixa mais nervoso... — Estremeci-me ao sair do banheiro assim que me troquei, o cabelo molhado. Depois suspirei, o sorriso no rosto. — Pronto, agora pode ir lá.
Ela me devolveu o sorriso e foi direto ao banheiro com seu vestido novo. Eu me acomodei em frente ao espelho, pegando o secador da gaveta, pronto para ajeitar meu cabelo. O modelo da roupa que os dançarinos usariam era uma calça preta — justa, mas com flácida o suficiente para os passos —, uma camisa também preta com detalhes brancos — como três listras brancas horizontais no centro — e um colete com traços dourados por cima. E ainda havia uma cartola como acessório extra, mas não a usaria em todas as músicas.
Outro detalhes que foi acrescentado foi a quantidade de músicas: agora seriam doze coreografias, uma para cada canção. Não precisaria pensar muito para saber que eu certamente sairia de lá exausto.
Mas ainda assim valia o sacrifício.
Secando meu cabelo, meu pensamento alcançou Daniel. Ele infelizmente tinha que trabalhar hoje, no sábado, porém iria direto para lá quando saísse da clínica. Ao menos eu estava feliz por vê-lo de volta ao trabalho. Já não havia mais indícios em seu corpo de que um dia sofreu acidente.
Em resumo, estávamos bem. Estávamos melhor. Não fiquei surpreso por ele estar tão idêntico ao Daniel de antes.
— O que achou?
Virei meu corpo para Esther, que encarava sua própria roupa.
— É um pouco dark demais? — perguntou.
Dei um sorriso largo.
— Está perfeito.
— Você definitivamente tem um gosto melhor que o dos meus pais — reclamou ela, caminhando até mim.
Isso me despertou outra coisa.
— Hum... Você contou a eles? — perguntei. — Sobre aquilo?
Ela destampou o batom e, antes de passá-lo nos lábios, me olhou.
— Contei...
— E... como foi?
Ela pensou um pouco enquanto se fitava no espelho.
— Foi tenso. Eu chorei bastante. — Quando ela terminou de passar o batom, olhou para mim. — Eles mencionaram você. Perguntaram se eu havia lhe contado. Não é à toa meus pais se importarem com você.
Curvei a boca para o canto.
— Por quê?
— Eles têm uma imagem pura de você — respondeu. — Não que não seja verdade.
Corei e puxei da gaveta um colar da "pedra da lua" que eu comprei uma semana atrás, colocando-o no pescoço. Por último, coloquei a cartola na cabeça e me encarei pelo reflexo novamente.
— Combina com seus olhos — comentou Esther, referindo-se ao colar.
— Obrigado. — Dei uma piscadela em sua direção. — Tem perfume no meu armário, se quiser. Eu vou chamar os meninos enquanto você termina.
— Okay.
Ante de eu abandonar meu quarto, porém, ela me chamou.
— Hã... Justin?
— O que foi?
Ela demorou alguns segundos para prosseguir, para então sorrir. Se eu não tivesse engando, poderia jurar que ela estava emocionada.
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INESQUECÍVEL
RomanceQuantas vezes você seria capaz de amar alguém? Justin Connor tinha tudo para ser um jovem comum. Com uma pureza encantadora, beleza admirável - por fora e por dentro - e características chamativas, ele teria mil e uma razões para curtir sua vida o q...