Dois meses depois...
As coisas não mudaram muito ao longo daqueles meses. Continuava indo para a aula, estava próxima de Darla, Theo e Jughead e ia aos cultos ao menos uma vez por semana.
Não estava mais recebendo cartas. Porém, graças a Deus, tudo parecia se encaixar, à medida que o tempo passava.
Ajudei tia Lena e tio Matt com as coisas do casamento. Seria naquele final de semana. Eles insistiram para eu cantar, mas preferi ficar no anonimato.
Meu pai e eu não brigávamos, no entanto, continuávamos no mesmo lugar. O nosso único progresso foi não haver nenhuma discussão. Não conversávamos muito, apenas os diálogos necessários do dia-a-dia. Em compensação, Lise e eu estávamos muito próximas. Ela foi em uma reunião da escola e quando estávamos voltando para casa, agradeci por ela ter ido na escola e quase a chamei de mãe.
Lise percebeu e me deu um abraço apertado antes de entrarmos.As coisas estavam relativamente bem. Claro, eu queria que meu pai e eu estivéssemos tendo um verdadeiro relacionamento pai e filha, mas o que tínhamos era melhor do que nada. Era o suficiente. Por enquanto.
— Passei! — Comemorei ao pegar a prova de Matemática em mãos.
— Não vejo a hora desse ano acabar. — Darla bufou. — Amanhã é o casamento do seu tio, não é?
— É sim. — Assenti. — O vestido da tia Lena é lindo. — Comentei sorrindo.
— Vai ter muita gente?
— Uns trezentos e cinquenta convidados, pelo que me disseram.
— Nossa! Vai ser bem chique, pelo jeito.
— A cerimônia e a festa serão no salão Blue Gold, no centro da cidade. O Beaumont's está encarregado do buffet.
— Deve ser uma festa e tanto.
— Exatamente por isso... — Tirei um convite da mochila e entreguei a minha amiga. — Desculpa não entregar antes, tia Lena só teve tempo de me entregar ontem.
— Jughead e eu estamos sendo convidados para o casamento mais badalado de Nova Orleans? — Ela intercalava seu olhar surpreso entre o convite e eu.
— Estão. — Ri. — Meus tios concordaram que seria bom eu ter alguns amigos no casamento, pra não ficar sozinha. Afinal, na maior parte do tempo em que não estiver na cozinha, meu pai estará falando com qualquer pessoa que não seja eu. — Dei de ombros. — E a Lise não pode ficar o tempo todo só comigo. Não seria justo com ela.
— Obrigada, amiga. Isso é incrível! — As palavras foram pronunciadas pausadamente.
— Trouxe o convite do seu crush também. Acho que o Theo vai ficar feliz em comer a comida do Beaumont's.
— Com certeza, vai. E eu não vou ficar de vela pra você e o Jug.
— Nada a ver. — Revirei os olhos.
— Tudo a ver. Falta pouquinho para vocês avançarem na relação de vocês.
— Que relação? — Ergui as sobrancelhas.
— Ah... você sabe. Vocês dois são muito shippáveis.
Bateu para o intervalo. Saímos da sala e nos dirigimos ao refeitório. Compramos nosso lanche e nos sentamos na mesa onde Jug e Theo já nos esperavam.
— Antes que eu esqueça. — Entreguei o convite para Theo.
— Eu vou comer comida de graça, cara! — Ele gargalhou. — Obrigado pelo convite, Gen.
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De Pai Para Filha
Teen FictionFelipe Beaumont era o tipo de homem que procurava fugir de encrencas, mesmo que não fizesse isso com muito êxito. Tornou-se pai no auge dos seus vinte anos, no entanto após a morte de sua amada decidiu que a filha deveria ficar aos cuidados da avó m...