Livro 2. Capítulo 5. Decepção e guerra

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Walker acordou um pouco mais cedo do que programara, para conversar com os filhos antes de saírem para a visita a mais um parque. Ele não havia digerido bem a história do noivado de Isaac e, mesmo que fosse tarde para objeções, precisava deixar claro que não gostara nada, nada daquilo. Ele foi até o quarto dos meninos por volta das 8 horas da manhã, mas seu objetivo não pôde ser concluído. O ditador ficou surpreso, e profundamente aborrecido, ao descobrir que o mais velho passara a noite com Barbara, ignorando a ordem que dera para que as meninas dormissem em um quarto e os meninos no outro. Mas que droga! Para onde foi a minha autoridade?

— Arrumem-se! — Walker evitou olhar para Barbara, seminua entre os lençóis. — Seria possível uma vez, pelo menos uma vez, que vocês me obedecessem? Para evitar mais constrangimento, acorde seus irmãos, Isaac. E desçam em no máximo meia hora para o café!

Não adiantaria nada ele tentar uma reunião com Isaac, Taylor e Zac naquele momento. Walker já nem tinha mais certeza se deveria falar sobre o tal noivado, porque gastaria saliva à toa. Assim como ele a vinha gastando desde que aquelas três meninas entraram na vida dos seus filhos.

Antes de deixarem o quarto para acordarem os outros, Isaac e Barbara tomaram um banho juntos. Estavam cientes de que o sexo debaixo d'água os atrasaria para o café da manhã, mas não deixariam que um possível — mais um — esporro de Walker estragasse o clima de romance entre os dois.

Taylor e Isabelle também ocuparam o início da manhã em clima de romance, tão quente quanto o do casal mais velho. De ladinho, debaixo das cobertas, aproveitando que Zac e Sabrina dormiam, eles se entregaram ao sexo.

Quando finalmente Isaac e Barbara bateram à porta do quarto das meninas, os outros jovens já haviam tomado banho. Isabelle e Sabrina estavam prontas para descerem para o café. Taylor e Zac, por sua vez, precisavam trocar as roupas usadas no jantar por algo mais apropriado para o dia. Os dois pediram mais alguns minutos e retornaram ao seu quarto para a tarefa.

— Antes de encararmos o papai no restaurante, você pode me ajudar com a surpresa para Sabrina? — Zac pediu auxilio ao irmão para carregar o bicho de pelúcia.

Os garotos arrastaram o urso gigante de um quarto ao outro, e Zac se escondeu atrás dele para falar com a namorada, forçando uma voz mais infantil do que a sua própria:

— Oi, Bina, sou eu, seu ursinho. Eu a amo mais que tudo, e você? Acho que me ama também. Quero ficar com você por muito tempo, ouviu?

Zac ficou de pé, esbanjando um imenso sorriso no rosto, e encarou a sua namorada. Sabrina, paralisada pela emoção, não soube o que dizer, então ela apenas se jogou nos braços do seu amado, colando os lábios nos dele.

— Isso é o que eu chamo de verdadeiro romantismo — Isabelle murmurou para Taylor. — Não achei que Zac fosse desse tipo.

— Ele se inspira no Isaac, então não me surpreende essa atitude melosa — disse, sem tirar os olhos do casalzinho.

Sabrina, ainda pendurada no pescoço de Zac, intercalava sorrisos, beijos estalados e palavras de agradecimento:

— Foi lindo, Zac, uma surpresa e tanto. E este urso é tão, tão fofo.

— Fofo, mas quase não passou pela porta. — Taylor riu.

Isabelle deu-lhe uma cotovelada nas costelas como reprimenda.

— Se não tem nada de bom a dizer, melhor ficar calado — sussurrou antes de alfinetá-lo: — Você também devia se inspirar no Isaac, pelo menos de vez em quando.

Taylor não gostou do comentário, pois Isabelle sabia melhor do que ninguém que ele e seu irmão mais velho tinham personalidades bem distintas.

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