Livro 1. Capítulo 2. O dia seguinte

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Mal fecharam os olhos, após aquela madrugada louca, e o despertador tocou. Sabrina, sempre elétrica, abriu a cortina, deixando a claridade bater nos olhos de suas amigas.

— São 7 horas! Vamos! Vamos! Não temos tempo a perder! — De jeito algum ela queria se atrasar para o encontro marcado com Zac.

— Daqui a pouco, Bina. — Isabelle resmungou e virou-se para o lado. — Só mais cinco minutinhos...

— Mas que droga! — reclamou Barbara, espreguiçando-se. — Não dormi nem duas horas!

— Não é hora para lamentar, precisamos correr. Andem logo, senão vou sozinha! — Sabrina deu um ultimato.

Walker, também preocupado em não perder a hora, batia à porta dos filhos, quase abrindo um rombo no revestimento de madeira:

— Meninos, sou eu! Abram de uma vez! Estão acordados?

Taylor encontrava-se no chão, pregado, e nem o som de uma bomba poderia acordá-lo. Isaac, assim como Zac, tentou abrir os olhos, mas limitou-se a colocar o travesseiro sobre a cabeça e voltou a dormir.

O que deu neles? Cansado de gritar em vão, o general desceu à recepção para buscar a chave reserva. O comportamento dos filhos era, normalmente, bem mais responsável. Ele precisava conferir o que havia de errado, e rápido.

Ao retornar ao quarto, deparou-se com os três ainda dormindo, como se tivessem esquecido completamente do compromisso. Walker quase perdeu a calma quando viu Taylor e Zac com as roupas usadas na noite anterior. Respirando fundo, agachou perto do filho do meio e o sacudiu.

— Já passou da hora, levante-se de uma vez!

— Eu quero dormir, me deixe em paz... — resmungou.

— O que você está fazendo no chão? Pode me dizer?

— Boa pergunta... — Taylor tateou o espaço em volta, dando-se conta do seu corpo em contato com o carpete. — Ah, merda!

Isaac e Zac abriram uma fresta dos olhos e viram Walker meio embaçado, andando para lá e para cá pelo ambiente.

— A que horas vocês foram dormir?

— Ah, pai, deixe isso pra lá, já vamos nos levantar... — murmurou Isaac, tentando acalmá-lo.

— Vou descer para acertar a nossa saída. Espero vocês no lobby em meia hora. Nem mais um minuto, entenderam? — ordenou antes de sair do quarto.

Assim que Walker os deixou a sós, reclamações infinitas vieram à tona. Nenhum deles estava com vontade de fazer programação alguma. No entanto, vozes ao longe, entoando um de seus sucessos, fizeram com que acordassem de vez. Fãs. Ah, não! Zac tapou os ouvidos.

Taylor chegou à janela, tonto de sono, e acenou para uma multidão em frente ao hotel, fazendo com que a gritaria atingisse uns decibéis a mais.

Às 8 horas, em ponto, Isabelle, Barbara e Sabrina esperavam pelos seus ídolos no lobby. Sentiam-se especiais, afinal, aguardavam dentro do hotel, e não ao relento, como todas as outras garotas. Sem contar que já haviam sido deles, algo que aquelas pobres mortais — suadas e descabeladas por passarem a noite ali — jamais conseguiriam.

Alguns minutos depois, Isaac, Taylor e Zac apareceram no lugar marcado, de óculos escuros — para disfarçar as olheiras — e cercados de seguranças. As meninas acharam estranho encará-los no dia seguinte. Ali, daquele jeito, eles pareciam tão distantes de novo... Nada de beijos, nada de conversas, nada olhares penetrantes, apenas um aceno e um bom dia, como se nunca tivessem se visto antes.

Hanson's CreekOnde histórias criam vida. Descubra agora