Livro 2. Capítulo 6. Verdades e consequências

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— Ah, caramba! Olhem só como vocês estão! — Walker apertou os olhos e correu as mãos pela cabeça ao ver os filhos na manhã seguinte à briga. — Isaac parece ter sido atropelado por um trator.

— Taylor Hanson é o nome do trator.

— Falem logo de uma vez o que aconteceu. — O general bufou. — Qual o grande motivo para terem transformado este quarto em um ringue?

Isaac contou ao pai como a discussão havia começado, e Walker saiu do sério.

— Ah, mas é claro! As confusões sempre começam e terminam com o nome daquelas garotas no meio. Se não fossem esses relacionamentos, vocês não perderiam tempo disputando qual dos dois é o melhor, qual dos dois é o mais capaz de satisfazer sexualmente aquelas assanhadas. — Walker fechou a mão e deu uma pancada na parede para extravasar a raiva. — Eu devia ter dado um basta no encontro de vocês na primeira oportunidade, lá mesmo no Rio de Janeiro. Afrouxei as rédeas e agora estou sem controle.

— Nós já avisamos que não gostamos quando você fala assim das nossas garotas. — Zac, que nem estava em foco naquela discussão, enfrentou o pai.

O ditador quis rebater, mandar o filho calar a boca, mas faltando tão pouco para encararem a coletiva, achou melhor não colocar mais lenha na fogueira. Walker respirou fundo e exalou todo o ar de seus pulmões, antes de dar as últimas ordens:

— Tentem disfarçar essa bagunça com maquiagem e se arrumem para a entrevista. Se não conseguirem fazer as pazes, pelo menos finjam que estão bem entre si. Ah! E suas namoradas devem vestir algo comportado; nada de decotes e nem daqueles shorts minúsculos que costumam usar para irem ao parque. Deem o recado a elas.

Os Hanson não deram recado algum à Barbara, Isabelle e Sabrina. Jamais teriam coragem de colocá-las em uma situação humilhante como aquela. Eles tampouco revelaram a elas o motivo da briga entre Isaac e Taylor. Apesar de ainda estarem putos um com o outro, os dois preferiram fingir harmonia em nome de um bem maior. O tempo se encarregaria de diminuir o rancor e de fazer os irmãos voltarem ao convívio normal.

Quarenta minutos após a confusão da manhã, Walker, seus filhos e as meninas deixaram o hotel para a coletiva no Planet Hollywood. A chegada ao restaurante foi mais tumultuada do que o general achou que seria, e ele agradeceu por ter contratado três seguranças de última hora. Ao desembarcarem da van, de mãos dadas com suas respectivas namoradas — e noiva—, os Hanson precisaram encararam um enorme grupo de fãs. As teenyboopers formavam um corredor de gritos e choros misturados a declarações de amor, exibidas em cartazes e presentinhos feitos à mão. Isaac, Taylor e Zac, atrasados para o evento, prometeram distribuir autógrafos na saída. Desse jeito eles poupariam as suas garotas dos olhares mortais de suas admiradoras.

Walker encaminhou os jovens para dentro do Planet Hollywood, e eles foram diretamente para a área onde aconteceria a entrevista. Os repórteres já estavam lá, ávidos para fazerem as mais diversas perguntas. Ao verem Isaac, Taylor e Zac entrarem no salão e se ajeitarem entre uma mesa comprida e um backdrop com a logo da banda, um burburinho começou entre eles.

— Bom dia — disse Isaac, testando o microfone diante de si e causando um súbito silêncio no recinto. — Desculpe pelo pequeno atraso. Estamos prontos para as perguntas.

Um dos repórteres levantou a mão, e Walker, responsável por escolher quem faria as perguntas, permitiu que ele falasse.

— Bom dia, meninos. — O lobo de um jornal local foi direto ao ponto: — Não é mais novidade que estão namorando, apesar disso, primeiramente, eu gostaria que vocês confirmassem essa informação. E, em seguida, dissessem como e onde conheceram suas namoradas. Foi estranho o jeito que elas surgiram, meio do nada...

Hanson's CreekOnde histórias criam vida. Descubra agora