Hanson's Creek

Livro 4. Capítulo 11. Perdão?

O céu ainda não havia clareado, mas Taylor ouvia o som dos pássaros conforme a manhã se aproximava. Isabelle dormia enroscada em suas pernas, com a cabeça em seu peito, e ele apreciava a beleza e a tranquilidade de quem jamais deveria ter traído. Seus dedos longos tocaram de leve os cabelos volumosos da garota, e o deslizar pelos cachos abertos fez a bela adormecida despertar. Ela piscou os olhos e sorriu. Nada do que acontecera nas últimas horas fora apenas um sonho. Taylor estava ali, todo seu.

— Bom dia, senhor perfeito. — Isabelle beijou-lhe o peito nu. — Você é bom demais para ser verdade.

— Nem perfeito, nem bom demais, mas eu a amo mais do que tudo.

Taylor sorriu para ela, que apreciou de rabo de olho aquele rosto feliz. Isabelle subiu um pouco o corpo, para que sua boca ficasse próxima a de seu amor, e depositou nos lábios finos um beijo doce.

— Também amo você, mais do que tudo.

— Tivemos maus momentos, Belle, mas prometo que nunca mais a farei sofrer. Nunca mais.

O dedo indicador de Isabelle ocupou o lugar que sua boca roçara instantes antes.

— Shhh. Não vamos falar sobre coisas ruins.

— Como quiser... Agora me beije — ordenou antes de dar a ela um lindo sorriso.

Isabelle girou o corpo sobre o de Taylor, unindo sua nudez a dele. E sob a pele quente de sua namorada, emanando sensualidade, ele não foi capaz de controlar a ereção. O beijo de língua aumentou o calor, e o bico dos seios, em seguida, estimulado entre os lábios e dentes do Hanson, umedeceu Isabelle entre as pernas. Não demorou até que se encaixassem, soltando ambos um gemido.

— Nada no mundo é melhor do que isso. — Isabelle roçou os seios novamente sobre o rosto de Taylor e desceu ainda mais sobre ele, fundo.

Um grito rouco encheu o ambiente na penumbra, enquanto Taylor se perdia, apreciando o amor e o tesão nos olhos de sua garota. Ofegante, ele a deixou o levar a lugares desconhecidos, que nem sabia existirem. No fim, saciada e feliz, Isabelle se aninhou no abraço suado de quem mais amava e sussurrou:

— Como é bom ser sua novamente.

— E que bom que você aceitou me dar mais uma chance. Em alguns momentos, achei que não conseguiria reconquistar o seu amor.

— Não pense que foi fácil. Você terá que me reconquistar a cada dia. Suas atitudes me dirão se posso voltar a confiar inteiramente no que sai da sua boca.

Taylor beijou a testa de Isabelle.

— Eu já lhe dei minha palavra, Belle; não vou mais errar com você. Nem com você, nem com o Isaac.

— Como está a relação de vocês?

— Péssima. Ele me tolera em compromissos relacionados à banda, como ontem no jogo, por exemplo, mas nada além. Se meu pai não forçasse a barra, nem nesses casos ele falaria comigo. Errei feio com o Ike, e não posso reclamar do comportamento dele agora.

— Acha que ele vai voltar para a Barbara?

— Tudo indica que sim. E eu espero que a reconciliação aconteça. A Barbara deu uma surtada... — Taylor se arrependeu de citar os problemas da garota, mas já que havia começado, continuou: — A gravidez, a rejeição do Ike, uma coisa somou-se a outra e... Ela se entupiu de remédios. Ela tentou se matar.

— Não! — Isabelle se mexeu e sentou-se na beirada da cama, com os olhos arregalados para Taylor. Seu coração reagiu acelerado à revelação. — Quando foi isso? Ela está bem?

— Foi agora, faz uns dias. Soube que ficou internada, fez vários exames... Ela e o bebê estão bem, graças a Deus.

Isabelle voltou a se aninhar em Taylor, aliviada de saber que nada de pior havia acontecido. Recebendo carinho nos cabelos, ela se calou e, de olhos fechados, involuntariamente, reviveu a descoberta da traição em sua cabeça. Fora o pior dia de sua vida. Porém, se havia escolhido voltar a viver com o seu amor, precisaria deixar, de vez, a mágoa para trás. Suspirou. Esperava que, apesar dos pesares, assim como ela havia dado a Taylor uma nova oportunidade, Isaac também optasse pelo perdão à mãe de seu filho. Acreditava que Barbara estivesse tão arrependida da pulada de cerca quanto o seu parceiro no crime.