Livro 4. Capítulo 5. Apagão

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Walker precisou do final de semana e mais dois dias para solucionar o problema em que Taylor o havia metido. A imposição de seu filho, de visitar Isabelle, obviamente não lhe agradara, mas cederia à vontade dele, para que o garoto não se recusasse a divulgar o novo álbum.

— Nós iremos à Miami — o general revelou a Taylor durante um almoço, em casa, na presença de toda a família. — Farei esse favor a você. Mas não pense que suas ameaças foram determinantes, pois não foram. Estou em contato com os organizadores de um megaevento de caridade que ocorrerá por lá, então irei pessoalmente, para tratar da participação de vocês.

— Que evento é esse? — quis saber Isaac.

— Um jogo de futebol americano, cheio de estrelas, praticamente um segundo Super Bowl. Arrecadarão fundos para crianças com deficiência. O evento será televisionado para todo o mundo, e esta é uma chance que não podemos perder. O Hanson precisa ser a estrela do show do intervalo, e estou confiante de que as negociações irão adiante.

— Ótimo. — Taylor foi seco. — Quando iremos para Miami?

— Após o feriado da Semana Santa, na próxima segunda. Sairemos daqui cedo e chegaremos a tempo da reunião. Você irá comigo ao encontro.

— Eu quero ver a Isabelle. — Taylor estalou a língua, cagando para os negócios. — Decida o que quiser sobre o evento, sozinho, lembrando-se de que se eu não me encontrar com a Belle durante esta viagem, não farei mais nada em benefício da banda.

— Você terá o que quer — confirmou Walker, sem paciência.

Taylor deu-se conta de que chegaria à Miami no dia do aniversário de sua amada, e imaginou que seria o momento perfeito para surpreendê-la, acertarem as contas e, quem sabe, até reatarem. Teria um longo caminho a percorrer, muitas arestas para serem aparadas em tão pouco tempo, mas confiava em seu poder de persuasão. Acreditava que Isabelle, mesmo depois de tanto tempo e tantas decepções, não havia matado dentro dela o que sentia por ele.

Fazia uma semana desde que sua ex o questionara, por e-mail, se o filho de Barbara era dele ou de Isaac. Então, para não chegar à Miami sem dar a ela uma resposta, Taylor achou melhor responder a mensagem, de modo a tentar abrandar a fúria da garota. Qualquer satisfação sobre aquele assunto delicado seria melhor do que a deixar no vácuo.

Não sabemos se o filho é meu ou do Isaac. Estamos aguardando o resultado do exame de DNA, que ficará pronto no início do mês que vem. Eu teria lhe falado tudo isso e mais, se tivesse me dado chance durante nosso bate-papo.

Naquele mesmo dia, à noite, um pouco antes de se recolher para dormir, Isabelle viu o que Taylor lhe escrevera. Ela tratou de responder: 

Não vou lhe dar chance de mais nada. Nem deveria ter perguntado sobre esse filho, pois tanto faz se for seu ou do Isaac. Estou seguindo a minha vida. Siga a sua, bem longe de mim!

Mais uma vez Isabelle chorou em silêncio, encolhida em sua cama, quase não suportando a dor em seu peito. As palavras duras para Taylor não refletiam sua vontade, mas precisava lutar contra ela, não importasse o quanto custoso fosse.

Na manhã do dia 24 de abril, April acordou bem cedo e desceu para o café antes de Isabelle se levantar. Ela pegou um muffin de blueberry no bufê do refeitório e voltou ao quarto, para cantar parabéns para a colega. Não sem antes acender uma pequena vela, usada, que guardara do seu próprio parabéns uns meses antes.

— Acorde, preguiçosa, linda. Hoje é o seu dia! — A loira sacudiu Isabelle, que abriu os olhos devagar. — Happy birthday to you, happy birthday to you, happy birthday dear Isabelle, happy birthday to you. Assopre a vela e faça um pedido!

Hanson's CreekOnde histórias criam vida. Descubra agora