Livro 2. Capítulo 4. Um pedido inesperado

223 13 0
                                    

Pancadas na porta do quarto despertaram Isaac, Taylor, Barbara e Isabelle pela manhã. A paciência de Walker descera pelo o ralo. Será que seus filhos e aquelas namoradas não conseguiriam se comportar pelo menos uma vez? Não à toa ele havia reservado um quarto para as meninas e outro para os meninos.

Zac e Sabrina, atrás do general, conseguiam prever como seria o esporro coletivo, afinal, o responsável já havia deixado claro para os dois o seu descontentamento, a respeito de dormirem juntos.

— Preciso que abram. Andem logo! Isaac, Taylor!

Foi necessária certa rapidez dos jovens, que precisavam catar seus vestidos, calças e camisetas espalhados pelo quarto. Isabelle arremessou para Taylor a peça de moletom jogada sobre o sofá e abaixou-se para pegar a camiseta do namorado no chão. Enquanto vestia a calça, o Hanson do meio deixou escapar sua nudez, e Barbara viu bem mais do que deveria. Nossa, é grande! Isabelle não chegou a perceber que o fato ocorrera, e Isaac, prestes a abrir a porta, muito menos. E foi melhor assim.

— Vou falar de uma vez só para todos vocês. — Walker não deu nem bom-dia ao entrar. — Não quero que dividam o quarto quando forem dormir. Meninas neste e meninos lá no outro. Entenderam? Sei que já compartilharam quarto antes, naquela primeira viagem à Angra, mas eu preciso ter controle aqui.

As meninas ouviram o sermão, sentadas na beirada de uma das camas, e os meninos, em pé, acompanharam envergonhados. Será que o pai não poderia ser um pouco menos invasivo? Por que a necessidade de os diminuírem na frente das namoradas? Dava a entender que eles não tinham vontade própria, que não sabiam caminhar com seus respectivos pés.

— Ontem eu avisei, pedi para que não se metessem em situações de risco. Isaac fez o que fez e bateu a van. — Walker fulminou Taylor com o olhar e, depois, bombardeou Isabelle com a mesma fúria. — E quanto a vocês dois, seus devassos, desajuizados: hoje cedo recebi uma notificação da gerência do hotel. Vocês desconfiam do motivo, não desconfiam?

Ao contrário do que pensavam, quando fizeram sexo no elevador, Taylor e Isabelle foram visto por hóspedes. Esses, para evitar constrangimento maior, em vez de interromperem o ato, fizeram uma reclamação formal na recepção. Foi fácil identificar quem cometera a indecência, devido à popularidade do cantor, e, por ele ser menor de idade, a notificação foi entregue ao seu pai.

O casal transgressor trocou um olhar de cumplicidade e, depois, baixou a cabeça, ouvindo Walker despejar sua raiva:

— Que vergonha! Para onde foram as suas noções de limites? O que será que vão aprontar da próxima vez?

— Não vamos aprontar mais nada, prometo — Taylor murmurou ainda de cabeça baixa. — Desculpe pelo ocorrido. Sentimos muito.

— Controlem seus hormônios, ou serei obrigado a terminar essa viagem antes do tempo. Mais uma vez: nada de bebidas, nada de... — Walker forçou uma tosse. — Nada de... Vocês sabem. Viemos para cá para que se divertissem nos parques; manhã, tarde e noite. E depois do repouso, mais diversão nos parques; manhã, tarde e noite. É isso.

— Anotado. Então para qual dos parques iremos hoje? — Zac ousou perguntar, como se estivesse pouco se importando com a advertência do pai. De fato, até então, ele não fizera nada demais, a ponto de merecer ouvir sobre abstinência de álcool e sexo.

MGM Studios — O general respondeu ao filho, seco. — Sua mãe acompanhará vocês. Obedeçam e continuem usando bonés e óculos escuros, só por precaução. Eu irei resolver o problema da van na locadora e acertar os detalhes da entrevista coletiva.

Os jovens comemoram internamente o fato de que não teriam a companhia de Walker no parque. Diana era mais maleável, talvez conseguissem se livrar dela em algum momento.

Hanson's CreekOnde histórias criam vida. Descubra agora