Narrado por Giovanna.As gotas da chuva batiam na janela e escorregavam em uma velocidade que não me interessava entender.
Encosto minha cabeça naquela janela e penso em tudo que estou deixando para trás. Se bem que não era lá grande coisa.Por ser uma espiã não deveria criar raízes... Há mas fala sério, isso é com toda certeza, quase que impossível.
Amanhã já seria véspera de Ano Novo e pelo o que consta em minhas informações, eles comemoram essa data. Talvez seja uma Central "família".
~ Tão Ingênua...- Penso comigo mesma.
O ponto onde eu deveria descer chegara e cinquenta porcento das minhas esperanças estavam prestes a ser levadas pelo vento.
~ Será que alguém no mundo é igual a mim?.- Penso.
Espero que na SNABIL eu consiga no mínimo um amigo. Cansei de aliados, cansei de nao ter com quem conversar e acabar descontando em tudo.
Ajeito minha mochila em meu ombro e sigo em direção à um beco qualquer. Como apenas os membros da central sabiam onde se encontrava a entrada, levantei meu pulso direito e arregassei um pouco a manga, o bastabte para que eu pudesse enxergar o canalizador, a qual ao ser ativado, encaminharia alguém para me buscar.
Respirei bem fundo e soltei todo o ar em um suspiro. Ao ativar o alarme, sinto um pouco de ansiedade, meu coração parece apertar.
Elevo minhas mãos aos meus braços logo após descair a manga, começo a tentar me aquecer. No mesmo segundo algumas gotas d'água gélidas caíam em meu rosto. Já envolvida pela ventania fria, não desejava outra coisa a não ser sair logo dali.
Eu estava de capuz. Ninguém até então sabia da surpresa que eu havia os proporcionado. Por mais que eu tenha quebrado as regras.Depois de se sentar em uma lata de lixo e esperado umas meia hora, ouço um som de moto se aproximando.
Encosto minha nuca na parede e reviro os olhos.- Nada pontual.- Digo em voz alta.
O tal motoqueiro sem relógio tira o capuz e sacode seu capelo loiro me respondendo em seguida;
- Para de reclamar e sobe logo.
Sem pensar duas vezes, me levantei e caminhei até a moto, antes que eu subisse, tive um impulso em dizer;
- Que audácia.- Digo e subo na moto, tirando o capuz e pondo o capacete.
- Sempre.- Ele diz pondo o capacete e dando partida na moto, seguindo em direção à SNABIL.
Sem demorar muito, imagino eu que chegamos.
Como eu me tornaria parte daquela Central, poderia saber como chegar até a mesma.Ao entrar, já de início percebo a comunhão de todos. Sorrisos, Abraços, conversas, era agradável.
Tiro meu capacete e rapidamente ponho o capuz, sem que alguém visse.
O tal motoqueiro logo tira seu capacete e eu pude ver seu rosto.- Até que é bonitinho.- Digo dando de ombros.
- Então é só isso ?.- Ele diz se queixando.- Nem um "obrigado"?.- Ele pergunta.
- Não e gostaria de saber onde eu poderia encontrar Elizabeth Chase.- Pergunto um tanto seca.
- Estou aqui mesmo.- Alguém diz.
Ao olhar em direção de onde a voz vinha, percebo que a mesma pertencia a Elizabeth.
- Então. A senhorita tem algo à me entregar, não?.- Ela pergunta, na espera de eh entregar a minha carta de mudança urgente.
Suspirei fundo, já prevendo o sermão e em seguida entrego a tal carta.
- Oh senhorita Moore! Isto é gravíssimo!.- Ela diz surpresa.
- Senhorita Eliz[...]
- Por favor, me chame de Liz.- Ela diz me interrompendo.
- Okay... Liz, foi por pura alto defesa eu juro!...- Digo tentando armenizar a situação.
Liz suspira, se recompõe e diz calma;
- Tudo bem, esta situação já está resolvida.- Diz ela enquanto coloca a pasta por baixo do braço.
Sorrio levemente enquanto a olhava e logo olho para baixo;
- Agradeco.- Digo.
- Agora tire o capuz mocinha.- Liz diz.
No momento em que ouvi aquelas palavras meu coração chega a gelar.
~ Ferrou!.- Penso.
- Aonde logo Giovanna.- liz Diz pressionando.
Lentamente elevo minhas mãos até o capuz e o tiro. No mesmo segundo, todos param para ver o cabelo.
O mesmo se encontrava azul turquesa.
- Uma merda atrás da outra em.- O motoqueiro diz.- Cala a boca...- Digo baixo.
- Oh céus!...- Liz diz se virando e pondo a mão no rosto.- A senhorita tem três dias para dar um jeito neste cabelo.
- Mas Liz, eu[...]
- Sem "mas" senhorita Moore.- Ela diz me interrompendo novamente.- Até logo.
Sem que demorasse tanto, ouço um som de riso vindo do meu lado.
Ao olhar, era o tal motoqueiro.- Dá pra parar ?.- Pergunto.
- Prazer, me chamo Emanuel.- Ele diz sem mesmo eu ter perguntado.
- Tem prazer não.- Respondo.
- Haa para! Espera Lucas chegar, tenho certeza de que ela irá te ajudar com o cabelo.
- Tomara.- Respondo.
- Anda. Vem!.- Ele diz me puxando e começando a correr enquanto me arrastava.
- Ei! Pra onde é que você está me levando ?.- Pergunto.
Entramos em um corredor e subimos algumas escadas até o terraço.
- Você sabia que está chovendo ?.- Pergunto irônica.
- Sim... É que eu to com muita vontade de te beijar agora que vi seu cabelo.- Emanuel diz diretamente, sem papas na língua.
- Ein[...]
Antes que eu terminasse, Emanuel me arranca um beijo. Não poderia negar, eu também queria um beijo dele.
Naquele momento eu passei a não sentir mais aquelas gotas gélidas, nem frio. Só o calor dos nossos corpos se encostando por baixo de nossas roupas, mesmo que os mesmos não estivessem se sentindo.
Lentamente parei o beijo e olhei para o céu estrelado, vendo as gotas caindo lentamente acima de nós.
- SNABIL Lista de músicas, Liability.- Emanuel diz.
De repente um círculo azul claro se ascende abaixo da gente e uma música começa a tocar.
- Não liga pra letra, só se conecta no clima okay?.- Emanuel diz.
- Okay...- Digo e olho para os seus olhos, começando a beija-lo novamente.
~ Mal cheguei e já to beijando alguém... Não acredito nisso.- Penso.
Estava tão bom que eu não queria parar de modo algum.
Porém também não queria ter ilusões em minha mente então estava mantendo minha certeza de não criar expectativas sobre aquilo em diante.
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Inevitable Chase
Ficção AdolescenteComo enfrentar decisões? Lucas Chase tem apenas 17 anos e em seu momento de formação de opiniões e decisões em sua vida, não imagina o que à por vir. Com sua mente ainda em formação e outras milhares de opiniões formadas por outras pessoas, ten...