Capítulo 12

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Hanna

Quando Luís e eu decidimos ter um bebê, colocamos como prioridade nunca nos envolvemos. Nosso bebê nasceria de uma fertilização.
Já acabamos com a segunda prioridade, e não vamos acabar com a primeira.
Eu e ele somos livres.
Podemos ficar com quem vem entendermos. Bom, eu estou em desvantagem, tô carregando a nossa menina, e nenhum homem irá me querer barriguda e 10x mais gorda.
Não que isso seja ruim. É maravilhoso sentir minha Isabel mexer e tenho certeza que quando ela nascer, vou sentir falta de ter ela em minha barriga.

- Olha essa?

Júlia surge segurando um macacão rosa com botões e uma faixinha junto. Sorrio encantada.

- Pensa só como vai ficar nela?

- Já põe na cesta!

- Menina, viemos comprar o Moisés e já estamos comprando mais coisas - Ela fala rindo. - A loja com o Moisés é a da frente. Vamos pagar essa roupinhas e vamos?

- Sim... Mas só coloca mais esse body - falo colocando um body rosa com bolinhas brancas na cesta.

Júlia e eu damos uma gargalhada. Caminhamos até o caixa e mesmo com minha relutância, Júlia paga as roupas que compramos.
Quando estamos saindo, Ju da de cara com uma amiga, amiga não, colega!

- Nossa, quanto tempo!!

- Muito - ela sorri. - O que anda fazendo?

- Se eu te falar que tenho uma bebê de 2 anos. Você acredita?

- Sério? Meu Deus! Parabéns!

As duas começam a falar, falar e falar e por um momento me sinto excluída pela minha melhor amiga.
Reviro os olhos e digo a ela que vou indo para ver o Moisés, Ju balança á cabeça assentindo e diz que não vai demorar.
Assim que entro na loja de berços, meus olhos se enchem de brilho quando vejo aqueles berços e Moisés lindos espalhados por toda a loja.
Acaricia minha barriga redondinha já mostrando que tenho um vida dentro de mim e sorrio quando uma vendedora se aproxima.

- Olá, senhora! No que posso ajudar?

- Eu estou atrás de um Moisés.

- Pra menino ou menina?

- Pra menina - sorrio.

- Vem comigo...

Sigo a vendedora e ela me leva até um Moisés rosa com listras. Sorri acariciando o tecido enquanto a vendedora dizia quanto estava e como o Moisés era confortável.
Não sei se é esse mesmo que quero. É perfeito. Mas ainda não sei...

- Eu vou olhar mais alguns...

- Se a senhora precisa de mais alguma coisa, pode me chamar! Raquel...

- Obrigada, Raquel - sorrio.

A vendedora sai.
Fico olhando os outros Moisés e os berços, sorrio encantada. Quando eu estava grávida do meu primeiro bebê, fruto do meu amor com o Heitor, eu nem cheguei a vir em lojas. Não cheguei a comprar roupas e nem berços ou moises.
Íamos começar a comprar quamdo eu fizesse 6 meses, mas Heitor morreu e levou com ele toda a felicidade que eu sentia...
Porque é assim quando se perde alguém. Uma dor que ninguém pode curar. É um vazio, uma saudade...
Quando se perde alguém que se ama, a saudade vira rotina.
Eu ainda sinto falta do Heitor. Uma saudade imensa, mas depois que descobrir a minha gravidez, me acostumei com a saudade.
Ela não passa.
Não passa a dor, a saudade, o sofrimento não passa... você apenas aprende a viver com eles

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