Capítulo 15

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Chloe

Depressão pós parto.
Hanna está com depressão pós parto, não quer ver a Isabel de jeito algum e isso acaba comigo a cada segundo que passamos nesse hospital.
Ela fica parada, chorando, as vezes quieta, e por mais que eu tente fazer ela reagir, é como se minha filha não estivesse ali.
Nunca pensei que Hanna ficaria assim. Quando lembro de quando ela veio dizer que estava grávida, a felicidade estampada no rosto da minha menina era tão grande, tão linda de ver. E agora, olhar para ela nesse estado, deitada, chorosa e sem querer olhar para sua própria filha despedaça meu coração.
Luís pediu para uma psicóloga vir até o quarto conversar com Hanna, e a psicóloga pediu para trazerem a Isabel.

- Você não comeu nada, Hanna...

- Não estou com fome.

Ela responde sem olhar para mim, ela está virada de costas, e pela sua voz sei que está chorando.
A porta abre e logo a enfermeira entra empurrando o bercinho com Isabel dentro. Sorrio e levanto puxando o berço.

- Querida, olha quem veio ver a mamãe...

Hanna não se mexe.

- Olha como ela é linda. Perfeita...

A enfermeira e eu damos uma gargalhada baixa quando Hanna boceja. Tão perfeita minha neta.

- Hanna, você lembra como você estava feliz com a vinda dele? Lembra? Querida, não faça isso com vocês

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- Hanna, você lembra como você estava feliz com a vinda dele? Lembra? Querida, não faça isso com vocês... Olha para ela, - pego Isabel em meu braços e me aproximo de Hanna que não se vira. - Olha como ela é linda, parecida com você, com o Luís... veja!

Hanna se mexe e por um instante pensei que ela iria se virar e olhar para Bel, mas não, ela estava apenas se arrumando mais para não ver a filha de modo algum.

- Por que não tenta pegar ela novamente? Segurar. Sentir o corpinho dela... Por que você não tenta amamentar ela?

- Leva ela, mãe!

É a única coisa que ela diz. Olho para a enfermeira e a mesma respira fundo.

- Pelo menos tenta. Eu sei que é difícil, eu sei que isso que está acontecendo não é culpa sua... Mas apenas tenta, querida!

- Mãe, - Ela finalmente se vira e me olha nos olhos. - Tira ela daqui!

- Filha...

- Isso dói... - ela olha para a enfermeira. - Por favor, leva ela daqui!

Respiro fundo sentindo meu coração se despedaçar em mil pedaços, selo meus labios na testinha de Bel e a coloco no bercinho.
Ouvimos duas batidas na porta e logo em seguida Luís entra e atrás dele entra uma mulher com um jaleco, deve ser a psicóloga do hospital.

- Como ela está?

- Da mesma forma. Não quer olhar pra menina... - olho para a doutora. - Ela vai ficar bem, não vai?

Ela balança a cabeça assentindo.

- Dona Chloe, essa é a Dra. Fátima! A psicóloga do hospital...

- Prazer em conhecer a senhora! - Olho para Hanna, e ela já está na sua posição anterior, quieta. - O que vai acontecer daqui pra frente?

- Eu preciso conversar com ela antes, senhora. Quero entender ela... Será que vocês podem deixar nos três sozinhas?

💔

Luís e eu estamos fora do quarto onde Hanna está há quase 2 horas, a psicóloga ainda está falando com Hanna. Mas chamou a enfermeira para levar Isabel, Hanna comecei a chorar e pediu para tirar a Bel do quarto.
Deus...
É doloroso ver minha filha assim, recusando a própria  filha.
Luís também está sofrendo, talvez mais do que qualquer um de nós.
Ele está sentado no chão, com o rosto afundado nas mãos e quieto, Ben está ao meu lado, estamos sentados naa cadeiras do corredor e Júlia também.
Os pais de Luís saíram para comer algo na lanchonete, desde ontem que estamos aqui, preocupados...

- Quer comer algo, querida?

Ben pergunta.

- Não... Eu estou bem.

Sorrio deitando minha cabeça no ombro dele. Ben acaricia meu cabelo.
A porta do quarto abre e a doutora surge, devagar ela fecha a porta e nos olha. Luís já está em pé, de frente para a psicóloga com os olhos vermelhos. Júlia fica ao lado dele e Ben e eu levantamos ficando ao lado deles.

- E então? É mesmo?

- Sim... É depressão pós parto!

- Droga!

Luís diz nervoso.

- Ela disse que não quer ver, que não quer segurar... E as vezes um sentimento de tristeza. Eu disse para ela tentar ver e segurar a menina, mas ela disse que não quer... que não sente necessidade de ver ela.

- Mas por que isso? Tão de repente?

- Assim como a maioria dos transtornos psicológicos, a depressão pós parto, tem como causas fatores biológicos, psicológicos e sociais. Se por acaso a mãe já apresente depressão antes do parto é provável que ocorra seu agravamento.

- Mas Hanna nunca teve depressão.

- A depressão pós parto da Hanna, foi causada pelas grandes alterações hormonais durante a gravidez dela e também pela diminuição após o parto...

- Ela vai ter que tomar os antidepressivos?

- Não. Antidepressivos pode afetar o leite materno. E se voces tirar o leite dela e dar para a menina, eu aconselho que vocês procurem fazer ela olhar para a criança. As vezes, a depressão pós parto pode ser curada com o vínculo. Hanna ainda não viu a menina, talvez, quando ela olhar para a filha, algo mude!

- Vamos fazer sim!

- Eu quero ver ela de 3 em 3 semanas... conversei com ela e ela disse que aceita.

- Hanna sabe que está doente?

- Sim. Ela tem consciência disso. E disse que dói, mas que não consegue... E ela está disposta a se recuperar.

- Eu posso entrar e ficar com minha filha?

- Pode sim! A família é importante agora...

- Obrigada...

Deixo a psicóloga conversando com Luís e os outros e entro no quarto. Fecho a porta devagar e então fito minha filha, encolhida na cama e chorando de soluçar. Corro e sentando ao lado dela a envolvo em meu braço e choro junto da minha pequena Hanna.

- A mamãe está aqui meu amor... E eu prometo que vai ficar tudo bem!

- Mamãe...

- Shiii... Eu estou aqui... Isso vai passar, querida! Eu prometo!

Acariciei o cabelo dela com uma mão é com a outra dou tapinhas devagar em suas costas como se eu estivesse fazendo ela dormir. E lembro de quando ela era criança, e quando caia e se mavgicava, só se acalmava com o meu acalanto, com o meu sorriso e o meu abraço...

- Shiii...

-  Mamãe...

- Vai ficar tudo bem...

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Helooo

Tem um olho na minha lágrima 💔

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