Charper III

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Silêncio. É a única coisa que faço enquanto percebo Chris dirigindo.

Seus dedos estão quase quebrando o volante e sua cara está tão vermelha que tenho medo dele dá um derrame aqui mesmo.

- Obrigada!

- Está me agradecendo por te dar uma carona ou por ter te salvado daqueles marginais?

- Não seja idiota, estou agradecendo pela carona.
E por falar nos meninos, eles só estavam me ajudando me dando uma informação tá. Bufo ao final.

-  Te ajudando ou querendo te pegar?! Eu vi quando aquele moleque tentou te agarrar. Chris fala isso rangendo os dentes (acho que esse cara precisa ir urgente ao dentista).

- Você tem problemas nos dentes?

Minha pergunta pega ele totalmente de surpresa. Percebo que ele franze o cenho e depois me olha como se eu estivesse em uma camisa de força.

- Você é louca?. É claro que não tenho problemas com meus dentes, porque está perguntando isso?

- Não sei, é que você fala às vezes rangendo seus dentes. Acho q isso é um problema e você deve procurar um dentista.

Falo com uma certeza que até eu acredito que ele deve buscar ajuda, mas, no fundo acho esse gesto dele um charme.

- Não preciso de um dentista. Preciso é de um psicólogo porque eu devo estar louco de sair por aí atra....

Ele interrompe sua fala e fica mudo. Fico curiosa e então pergunto.

- O que? Termina frouxo!

Só depois de deixar sair essas palavras que tomo ciência que cutuquei a onça com vara curta. Xiiiii

- Morenaaaaa. Chris solta esse apelido carregado de ameaça.

Ele para o carro em frente à um fast-food e direciona seu olhar pra mim.

- Saiba de uma coisa sobre mim. Eu não sou homem de palavras, quando eu quero eu faço.
E outra coisa, não sou frouxo, entendeu?!

Engulo seco e aceno positivamente.

Chris volta sua atenção para o volante e faz menção de ligar novamente o carro. Solto o ar que nem sabia que estava segurando.

No segundo seguinte me sinto flutuando do meu assento e pousando no colo de Chris toda aberta e assustada com a acrobacia.

- Você deveria ter ficado calada desde a hora em que saiu do serviço.

Chris fala de um jeito que sinto minha calcinha toda molhada.

Olho para seu rosto e percebo que ele está sério e seus olhos não saem da direção da minha boca.

Não sei o que me deu, mas, eu mandei os anjos de volta pro céu e me agarrei ao capeta.

Ele avançou sobre meus lábios e me beijou um beijo molhado com gosto de canela (Jeová eu amo canela).

Suas mãos estavam no meu bumbum e começam a subir e descer conforme o beijo foi se aprofundando. Seus lábios eram grossos iguais aos meus.

O beijo foi ficando mais quente a cada minuto e se não fosse por alguns barulhos vindos do lado de fora do carro, com certeza estaríamos transando agora mesmo.

Eu parei o beijo e ao mesmo tempo me recompus e voltei ao meu lugar no carro sem dizer uma palavra.

Chris deu partida e me perguntou meu endereço visivelmente abalado também pelo beijo.

Passei meu endereço e seguimos viajem. Chegamos em frente à minha casa, quer dizer kitnet que eu divido com minha amiga.

- Amanhã  vou te levar ao cinema depois do serviço.

Chris falou como se fôssemos  "namorados" ou amigos de longa data que marcam alguma coisa.

Olhei pra ele e ergui minha sobrancelha em sinal de dizer que ele não mandava em mim.

- Não faça essa cara de que não aceita ou não vai. Você vai e ponto final.

Dizendo isso ele sai do carro, da a volta, abre a porta do meu lado, retira meu cinto e me tira do carro como se eu fosse um cristal sensível.

Fico que nem uma boba só olhando e sem dizer nada.

- Você tem um corpão desses e não pesa nada.

(Quê?! Ele me chamou de gorda? Foi isso mesmo produção?)

Me contorço de seus braços e piso no chão com as pernas meio bambas. Depois olho bem no fundo dos seus olhos (desgraça de olhos lindos, porra!)

- Escuta aqui seu folgado. Gorda é a sua mãe ok?! E saio sem dar chance dele falar nada

Quando estou fechando meu portão, sinto um puxão forte e logo estou de cara com seu peitoral musculoso. Só agora me dou conta de que ele está casual igual a mim.

-Morena não brinca comigo, você vai comigo amanhã ao cinema e vamos conversar depois.

Dito isso ele me abraça mais forte e me dá um beijo de desentupir pia. Quando ele se afasta solto um gemido.

Fico parada igual uma mula empacada no portão vendo ele entrar no carro e ir embora.

-Puta merda!! Estou triplamente ferrada agora! Bato a testa no portão depois de dizer isso pro céu.

CONTINUA...

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