A TEORIA DA DESCONTRAÇÃO

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Um tempo se passou.

Não aconteceu absolutamente bosta nenhuma durante esse período da história que pulei, mas já que voltei a contar a história, vocês devem estar imaginando que algo interessante aconteceu. Pelo menos eu acho...

Enfim...

Estamos perto do período das férias de julho.

Sabe aquelas coisas que estudantes fazem quando vão entrar de férias, tipo ir no shopping, no cinema, ou ir ao shopping e ao cinema no mesmo dia? Pois é. Os garotos lá da turma inventaram isso. Começou assim...

- Rapaziada! - disse Danilo subindo sobre a mesa do professor enquanto ele não estava - Vamos à praia! Tipo... Geral aqui tá convidado.

Aquela foi uma das poucas as vezes na minha vida em que eu realmente quis fazer alguma coisa que os garotos da minha turma haviam planejado, mas o fato de ter o Danilo e a sua trupe, meu ânimo despencava.

A professora entrou na sala de aula e todo mundo voltou a ficar quietinho, bonitinho, fazendo a professora achar que eles eram meros anjinhos.

Logo depois, Alma puxou meu braço e disse:

- Você vai?

- Depois converso contigo - respondi.

No recreio, expliquei tudo para ela, que eu não gostava desse tipo de coisa e blá-blá-blá.

- Tudo bem - respondeu. - Eu entendo. Já passei por isso.

- Que bom que você compreende - agradeci.

- Vamos juntos!

- Quê?!

- Vamos, vai ser legal.

Tentei questionar mas ela continuou.

- O Danilo é um pé no saco, mas, ele não vai mexer contigo enquanto você estiver comigo. Vai por mim.

Parei um pouco, pensei antes de tomar qualquer decisão precipitada, o que sempre abominei, e falei:

- Só com uma condição.

Procurei Martins pela escola, e eu não estava o encontrando. E eu realmente procurei bem, mas, me lembrei que me esqueci de um lugar.

Fui direto ao ponto cego da escola, e acertei em cheio. Ele estava lá.

- Oi, cara - perguntei.

Haviam dois garotos lá que estavam cheirando algo parecido com farinha, mas, não era farinha. Ele estava segurando na boca um daqueles biscoitos em forma de tubo e aparentemente estava querendo tragar aquilo.

- Por que isso aqui não é um cigarro de verdade? - disse tirando aquilo da boca.

- Porque você não é fumante - respondi dando um tapa naquele negócio. - Mano, tudo isso é porque estou andando com Alma?

Ele ficou quieto e disse:

- Sem o Xê, e você, o único amigo que tem é meu biscoito em forma de tubo que parece um cigarro.

- Ei - disse um dos garotos que estava cheirando -, quer um pouco - e estendeu a mão com aquela "farinha" para o Martins.

- Não! - interrompi - Ele não quer! Martins... - falei colocando uma das mãos em seu ombro direito - Vamos juntos nessa praia que os garotos querem ir.

- Não! Com Danilo não vou... E com Alma também não.

- Vamos! Ele não vai mexer com a gente.

- Como você tem tanta certeza?

- Só confie em mim...

- E a Alma? - disse me interrompendo.

A Teoria Da Cor VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora