A TEORIA DA MUDANÇA

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Me olhei no espelho, e pela primeira vez em minha vida, me senti um verdadeiro fracassado, e olhei meus olhos que já estavam inchados de tanto chorar, e olhei minhas mãos que já estavam em carne viva de tanto socar a parede.

Quando foi no dia seguinte, meus olhos já estavam secos, porque eu já havia chorado tudo o que eu tinha que chorar.

Ao chegar na escola, fiquei sentado num banco. Pedi para o Martins dar uma caminhada pela escola. Alma chegou sorrindo dizendo:

- Bom dia.

Bem irritado, olhei para ela sério, e ela retirou o sorriso do rosto.

- Está tudo bem?

Continuei olhando sério até que respondi:

- O beijo com o Danilo foi gostoso?

Ela ficou séria e disse:

- Como?

- Você sabe... Ontem...

Ela ficou aparentemente desconfortável e disse:

- Vamos conversar em outro lugar.

Fomos até o ponto cego, onde explodi.

- Eu achava que você realmente era diferente!

- Diferente do quê?

- Não se faça de desentendida.

Coloquei a mão no rosto, e expressei uma visível ira.

- Por que você beijou ele?

- Como?

- Por que você fez isso?

- Mas eu não fiz isso...

Ela tentava explicar de uma certa forma, mas eu não queria ouvir. Todos os meus sentimentos estavam expelindo em forma de fúria... Eu estava falando sem deixar ela falar, até que disse:

- Beijei sim! E daí? - então fiquei quieto - Você manda na minha vida agora? - continuou - Qual o problema, Abrahão? Está gostando de mim agora?

- Ssss... - sussurrei.

- O que?

- Ssss... - novamente.

- O que você quer dizer?

- Sim! - soltei - Sim, eu gosto de você, eu sou apaixonado por você porque eu vi em seu jeito algo diferente das outras garotas!

Ela aparentemente ficou espantada. Foi tão bom, e tão ruim ao mesmo tempo colocar aquilo tudo para fora. Parecia que havia saído um peso das minhas costas e em poucos segundos ele voltou.

- Uau... - ela estava de fato espantada. Olhou para baixo e então disse - Por essa eu não esperava.

- Como não? - insisti uma resposta.

- É que... Você...

- O que tem eu?

- Eu não esperava isso de você.

- Ótimo - falei de sarcasmo. - Como pude ser tão idiota em achar que você era diferente!

- Mas eu sou!

- Ah, é?! - rebati - Diferente o suficiente para trocar alguém como eu pelo Danilo?

- É uma história complicada - disse cruzando os braços.

- Então explique-me essa história. Me conte sua história.

- Eu nunca beijaria ele!

- Ah, não? E por que?

A Teoria Da Cor VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora