EPÍLOGO

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Dentro do trem, para voltar para casa, eu estava folheando novamente o caderno dela, e acabei percebendo uma coisa curiosa. Havia uma última página que eu não vi. Então, coloquei nela.

Chegue perto, Abrahão. Talvez você possa estar bravo comigo, ou talvez não. Você é um garoto de ouro, talvez o mais incrível que já conheci. Posso não ser quem você pensava que sou, me perdoe por isso. Estou escrevendo isso não para dizer adeus, porque nossa história ainda não terminou, temos muita coisa para contar, para os nossos filhos, e para os filhos deles... Também, não vivemos na Idade da Pedra, nós temos meios de comunicação.

Dei um leve sorriso, com uma lágrima escorrendo do olho.

Nós não perdemos contato, apenas estamos distantes um do outro. Se você quiser me ligar agora, vá em frente, estou disposta a te atender. Mas, se isso não é uma carta de adeus, é o que afinal? Uma prova de que a vida possui reviravoltas que nem sempre gostamos. Vá por mim. Eu sei disso. Você que leu o diário sabe do que estou falando. Isso não é o final de nossa história, mas apenas o início dela.

O trem então parou.

Espero que você me entenda.

E um casal entrou e começou a se beijar e se abraçar no banco do vagão.

Com amor, Alma Vale Diaz...

E fiquei observando aquilo, e ao invés de ficar triste, sorri... Por que me lembrei dela... Me lembrei de Alma.

A garota dos cabelos vermelhos.

A Teoria Da Cor VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora