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Nicole e eu estávamos sentadas no chão mesmo, longe de tudo e todos, num beco que ela acabou achando. Sua feição parecia querer interpretar tudo e não entender nada.

— Então você realmente não fala? Achei que Lucas estava só querendo te proteger.

E estava. Mas agora não era hora de confirmar isso.

— Por que me mostrou?

"Lucas confia em você". Digitei.

— Certo. E o que houve?

Balancei a cabeça olhando para outro lado.

— Aline?

Continuei olhando longe.

— Hey! Presta atenção em mim.

Obedeci mesmo que contrariada.

— Você tem sinais claros de psicopatia — Me levanto e ela me acompanha — Espera, eu não vou falar para ninguém.

Eu paro e me viro para ela de novo.

— Escuta; você não ama Lucas, mas eu sim e sei que não quer machuca-lo mesmo não o amando. Só que pode ser inevitável um dia se continuar vivendo desse jeito. Então estou disposta a um acordo.

Cruzei os braços analisando sua proposta.

— Eu vou continuar com meu argumento para a polícia se prometer ir falar com João. Você precisa de ajuda profissional. Isso não vai passar.

Penso bem antes de concordar e apertar suas mãos. Isso ajudará a mantê-la quieta por um tempo. Depois eu penso no que fazer.

— Que furada! — Cecília comentava enquanto ligava e desligava o isqueiro — Eu não iria. Vai que você só não encontrou alguém interessante a ponto de te fazer se apaixonar.

Sorrio. Cecília era mesmo uma figura.

— O médico de cabeça pelo menos é bonito?

Dou de ombros e mostro a foto que tenho no meu celular. Nicole fez questão de anotar o número de João nele.

— PORRA! Se tu não achou esse cara lindo tu tá cheia de problemas mesmo. Tá doido. Vou lá também. Acho que tô precisando de uns remédios novos.

Se anima com o linguajar carregado de sotaque e eu deposito um soco em seu ombro, a fazendo rir.

Um grupo de pessoas passa por nós duas nos olhando com nojo, nada que eu ou ela não estivéssemos acostumadas.

— TÔ DE VERDE MINHA SENHORA? AH, PELO AMOR. JÁ OUVIU TA ME OLHANDO PORQUE QUER ME DAR? SE ORIENTA.

Eu gargalho de um jeito estranho (quase como um bicho preso na minha garganta) e Cecília me olha confusa.

— Achei que não saía nenhum som da sua boca.

Imediatamente levanto digitando em seu próprio celular "tenho que ir", sem esperar sua resposta.


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Os Corpos de Palmas IOnde histórias criam vida. Descubra agora