→ Bônus P.o.v Lucas←

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Abraço Aline com força tentando confortá-la, o que parece dar certo.

Falar que é o que famílias fazem me ajuda a lembrar que ela é minha prima e tudo que posso fazer por ela já faço. Tenho que parar de pensar nela de qualquer outra forma. Aline já passou por tantas coisas... Não posso piorar seu estado emocional.

Vou para o banho e sinto meus músculos relaxarem quando a água extremamente quente se choca com eles. Há tantos problemas para resolver, que meus únicos momentos de alivio são longas horas debaixo do chuveiro ou noites inteiras dormindo.

Pensando melhor, em muitas delas Aline aparece nos meus sonhos, então não são tão reconfortantes assim.

Desligo o chuveiro, visto uma cueca box e calça moletom e caminho para a cozinha. Preparo um copo de leite com Nescau e quando retorno ao quarto percebo uma agitação estranha vindo do sofá onde minha prima se encontra.

Ela parece dormir, porém se meche demais para quem deveria estar relaxando.

Me aproximo mais e posso ver seus braços se contorcerem como se ela lutasse para se soltar de algo ou alguém. Deixa escapar leves gemidos de dor e está soando demais. Suando frio.

Deixo o copo na mesa de centro e imediatamente a balanço tentando despertá-la. Segundos depois seus olhos se abrem repletos de lágrimas e sua respiração antes ofegante, se normaliza quando percebe minha presença.

- O que foi meu anjo? – Pergunta afagando seus cabelos lisos colados em sua testa.

- V-vagner... B-bater...

- Shiuuu... – Envolvo seu corpo em meus braços a fim de fazer a menor deixar de tremer – Está tudo bem. Vagner está morto, Aline. E eu estou aqui.

Deixo seu corpo para que a menor possa olhar no fundo de meus olhos.

- Eu nunca vou permitir que mais ninguém faça qualquer mal a você.

Ela faz que sim com a cabeça e solta um sorriso tímido. Em meus pensamentos só vem perguntas de seu passado. O que ela viveu para não falar com as pessoas, não ter parte de sua língua ou ter pesadelos tão intensos como este?

Levo Aline para meu quarto e não pego no sono até ter a certeza de que ela está bem, o que demora algumas horas. Ora ou outra a índia abria seus olhos esverdeados para se certificar de que estava abraçando seu primo mesmo e eu repetia que estava tudo bem.

Finalmente depois das cinco da manhã ela descansa e eu posso imitá-la, sonhando com aqueles olhos lindos no que passou a ser meu tom de cor predileto.

Finalmente depois das cinco da manhã ela descansa e eu posso imitá-la, sonhando com aqueles olhos lindos no que passou a ser meu tom de cor predileto

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- Me admira muito essa visita – João diz enquanto deixa eu entrar em sua sala de consulta.

- Eu sei. Mas o assunto é sério e do seu interesse.

Ambos nos sentamos e percebo um jarro de rosas em sua sala. Sorriu ao me lembrar de Aline.

- Do que se trata?

Os Corpos de Palmas IOnde histórias criam vida. Descubra agora