Como Não Te Amar? (REPOSTANDO)

33 ¶ O aniversário.

Encarei a grande mansão. Um lugar deslumbrante. Não encontrei palavras para expressar o quão luxuoso era. É claro que eu já havia visto fotos da mansão Rivers em muitos jornais e revistas, já tinha ouvido os comentários que todos na escola faziam cada vez que Connor dava uma de suas festas épicas e seletivas. As pessoas queriam participar dessas grandes festas. Eu nunca imaginei que um dia participaria também. Poderia até dizer que estava empolgada para ver com meus próprios olhos como era estar em uma de suas festas. Principalmente no seu aniversário.

Muitas pessoas marcavam presença. Luzes LEDs ofuscavam a beleza da casa, mas davam vida ao jardim. A música que tocava ao lado de dentro eletrizava cada parte do meu corpo, como se ligasse algo dentro de mim. Meu coração começou a bater mais rápido, por alguma razão senti um embrulho prazeroso na boca do estômago.

Eu estava nervosa!

Muito nervosa.

E não era por causa do Connor ou pelas outras pessoas presentes, mas por estar no lugar onde Dexter viveu toda sua vida. Eu queria explorar cada mínimo detalhe daquela mansão, cada cômodo, móvel.... E claro, tentar me divertir um pouco, se possível.

Sofia e Kent estavam ao meu lado. Fitavam a mansão com olhares diferentes. Kent soava entediado, Sofia super entusiasmada, esforçando-se ao máximo para disfarçar, não queria que Kent notasse. Era quase que desanimador seu humor negro. Ele continuava sem falar com Connor, e mesmo assim Sofia o forçou a acompanhá-la. Não podia julgá-lo por não estar de bom humor.

— Nem acredito que você está numa festa comigo! E por vontade própria. — exclamou, empolgada.

Naturalmente ri.

— Acredite, estou tão chocada quanto você. — falei, olhando em volta da grandiosa mansão. — É sempre assim? As festas?

Kent deu de ombros.

— Sempre. Quem não gosta de beber de graça, não é?

Sofia o olhou, o cutucando com o cotovelo.

— Nem pense em ficar bêbado hoje! Se eu ver algum indício de que não está sóbrio, juro por Deus que te deixo sozinho, Kent Richie! — rosnou.

Kent gargalhou.

— Ah, é? Olha que aqui estará cheio de gatinhas loucas pra cuidar de mim, Sofia Loren. — Kent me enviou uma piscadela. — Não pense que correrei atrás de você.

Sofia arregalou os olhos, fingindo estar ofendida, o chutou nas pernas.

— Seu safado! Descarado! — o xingou enquanto o batia.

— Ame, tira essa doida de perto de mim! Ela é louca! — chiou, se defendia dos tapas que levava, usando os braços como escudo. — Ela é perturbada!

— Perturbada? Vai ver só o que é perturbada!

Aquela era a maior prova que eu precisava para saber que os dois haviam passado daquela fase de ''apenas um rolo". Porque a implicância é uma prova de amor. Uma verdadeira e traiçoeira prova.

Sorri observando a breve ''briga" dos dois que atraiu atenção de certos convidados que passavam por nós. Eles também riam, divertindo-se com a cena patética. Quando Sofia terminou de dar seu chilique, ajeitou seu vestido preto de alças finas e jogou os cabelos para o lado, a expressão sombria, mas o sorriso reprimido nos lábios deixava Kent ainda mais instigado a provocá-la.

— Veja só, Ame essa foi uma demonstração do que o ciúme de uma mulher é capaz. — disse, brincalhão.

No fim das contas, ficar perto dos dois se tornou divertido. Sempre me faziam rir, mesmo sem intenção. Formavam o típico casal clichê mas que nos dão inveja, sabe?