59 | O fim de Ame Brooks.

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"A cada batida, uma fratura interna." — Eu me chamo Antônio.

Quando, durante toda minha trajetória, me imaginei estar aonde estava: em cima do palco segurando o diploma em mãos e sendo aplaudida por todos. O sorriso no meu rosto seguia de orelha a orelha, meu peito inflado com tanta felicidade. Meus olhos subitamente se encontraram com os do meu irmão, sentado a algumas mesas distante do palco, ao seu lado os pais do Connor. Eles também aplaudiam, não só para mim, mas para Connor e Kent. Em outra mesa os pais de Sofia e a mãe de Kent.

A noite tinha tudo para ser perfeita. Tudo que eu amava estava ali comigo.

Como tudo pode desandar tão rápido?

Assim que os aplausos e assobios cessaram, Sr. Belmiro ligou o microfone.

— O que posso dizer? Conseguiram! — exclamou, nitidamente orgulhoso, olhando para todos nós. Sr. Belmiro levou seu olhar às pessoas sentadas ao redor. — Há três anos atrás quando cada um desses jovens chegou aqui eu nunca imaginei que um dia fosse ser tão difícil dizer adeus. Sempre mantive um relacionamento profissional com todos, mas dá pra conviver com jovens aborrecentes e não se envolver com eles? — perguntou retoricamente. Todos riram. Ele respirou entre uma pausa. — Cada um deles foi diferente nessa escola. Cada um deles somou nas salas de aulas e em nossas vidas. Hoje tenho orgulho de dizer-lhes que estão formados. Quero desejar sorte e muito sucesso nessa nova etapa das suas vidas. Foi uma honra tê-los como alunos! Parabéns.

Quando Sr. Belmiro encerrou sua fala, lágrimas escorriam por nossos olhos. E dessa vez as palmas foram direcionadas à ele. Apenas ele. No final todos nos reunimos a sua volta e jogamos nossos capelos para o alto. Então um abraço coletivo, ali ninguém lembrou quem eu fui, o que fizeram comigo, apenas me envolveram no grupo e me abraçaram juntamente ao restante. Foi bom.

— Parabéns pra nós! — Sofia gritou, eufórica.

— Parabéns, meu amor. — Connor me parabenizou ao me envolver num abraço. Permaneci rígida por uns segundos.

— Connor! As pessoas estão olhando! — resmunguei entre o beijo que ele me dava.

— Foda-se as pessoas.

Me afastei, sorrindo.

— Não pode simplesmente cantar o foda-se. Sua família está entre elas. — o lembrei. Deu de ombros e coçou a nuca.

— Falando neles...— murmurou ao esboçar uma careta. — Olha eles ai.

Mal tive tempo para pensar, quando dei por mim estava sendo envolvida por um dos abraços sufocantes que apenas Katie sabia dar.

— Ahhhhh! Estou tão feliz por vocês dois! — disse, empolgada. Afastou-se e atacou Connor. O mesmo revirou os olhos e sorriu.

Daniel me abraçou por trás e beijou minha cabeça.

— Estava linda durante a cerimônia. Bati muitas fotos suas.

— Sabe que não gosto que batam fotos minhas... — chiei. Ele riu.

— Não tem que gostar. — rebateu. Me largou e foi até o Connor, apertando sua mão. — Parabéns, garoto.

Connor apenas assentiu, pois sua atenção fora tomada pela mãe e pelo pai que o abraçaram ao mesmo tempo. Ambos de cada lado.

— Estou orgulhosa de você, meu bem! — Sra. Louise disse à Connor. — De você também, Ame. É uma grande noite. Temos que festejar. Que tal um jantar?

— Um jantar seria ótimo. — instigou Sr. Peter ao meu lado. Ele me envolveu num abraço caloroso, assim como Sra. Louise.

— Uhhhh! Estou dentro. — Katie murmurou.

Como Não Te Amar? (REPOSTANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora