Como Não Te Amar? (REPOSTANDO)

25 ¶ A verdade

Connor Rivers •

Ao nascermos, a vida deveria nos dar um manual do que fazer e o que não fazer. Como por exemplo: Não perca metade da sua vida infernizando aquela garota porque, uma hora ou outra, será ela quem irá te infernizar. Bem, de certa forma eu pressentia isso... Não da pra culpar a vida por me castigar.

Aquele maldito almoço estava fadado ao fracasso desde o momento que minha irmã teve o infeliz encontro com Daniel Brooks na saída do aeroporto. Caramba, esse sobrenome nunca saía da minha vida!

Desde que Katie voltou de Londres a mando dos nossos pais - na tentativa de me levar embora - ela tem tentado de todas as formas se reaproximar de mim. Eu só não imaginava que ela iria tão longe. Namorar um Brooks? O que ela estava tentando provar?

Quando Katie me implorou para comparecer ao almoço, eu sabia que provavelmente poderia encontrar com a Ame, e depois de vê-la na cafeteria, tive minha certeza. Mas eu jamais contava que Scott estaria no seu encalço. Eu deveria ter previsto que uma hora isso sairia do controle, e que quando me desse conta, já não teria mais controle sobre nada.

— Não, Scott e eu já estamos namorando!

Ela havia falado tão firme que não teve como deixar espaço para dúvidas. Eles estavam juntos. E por alguma razão eu quis socar Scott por isso. Senti vontade de tirar a Ame do seu lado e socá-lo até não sobrar mais nada. Mas eu não podia demonstrar que isso havia me afetado porque, droga, como me afetou. Então agi como agiria em qualquer outro momento.

— Espero que dure mais que seus últimos relacionamentos. — alfinetei, sarcástico.

Eu tinha a total consciência de que Ame Brooks nunca havia estado numa relação antes. Me certifiquei pessoalmente para que nenhum imbecil se aproximasse dela.

— Não sabia que esteve em outros relacionamentos... — o idiota do Daniel comentou.

— É porque não estive!

Scott se remexeu na cadeira, desconfortável.

O famoso príncipe no cavalo branco.

Ah, Scott... Deveria ter ficado longe do meu caminho.

— Por que não fazemos logo nosso pedido? — olhou para Katie. A mesma soava absorta, presa nos próprios pensamentos. — Não havia pedido uma garrafa de vinho?

Enquanto ela respondia, peguei uma cadeira da outra mesa e coloquei na ponta da mesa para sentar, bem perto da Ame, e bem longe do Scott. Tinha uma visão perfeita das suas mãos trêmulas sob seu colo. Ela brincava com seus dedos, os massageando de forma agonizante. Havia quatro fragrâncias diferentes ao meu redor, mas apenas a dela era tão viciante ao ponto de me fazer inspirar mais vezes do que o normal.

— Qual o motivo dessa reunião desnecessária? — perguntei.

Katie me lançou um olhar de reprovação. Ela sabia bem disfarçar o que sentia com um sorriso, não tão bem quanto Ame, mas enganava alguns, menos eu. Katie forçou um sorriso e deitou a cabeça no ombro de Daniel, que mantinha os olhos focados na irmã. A mesma ria de algo que Scott cochichava em seu ouvido. Instantaneamente meus punhos cerraram por debaixo da mesa.

Ela nunca sorria, então por que diabos sorria pra esse idiota? E por que eu me importava?

Argh! Eu realmente devia bater minha cabeça na parede até voltar ao normal.

— Bom, um dos motivos é pra comemorar a vitória no último caso de Daniel. Ele realmente conseguiu provar a inocência daquela adolescente. — ela sorriu ainda mais, e o olhou por cimas dos seus grandes cílios. — E o outro é porque queremos oficializar nosso namoro perante ao meu querido irmão e a irmã dele. E claro, do namorado dela.