O suicídio começa por dentro. A corda no pescoço, os cortes no pulso ou as drogas ingeridas são só o ápice do abismo. — Franciele Cristina.
Quando você procura sentido para as coisas, elas assumem um sentido aleatório e perdem o significado, por isso a fumaça é fogo, a partida é desamor, e os desencontros são tão frequentes.
No canto da festa, completamente sozinha, o observei olhar para ela como se ela fosse a única garota que ele já tinha visto. A mais bela da festa. Talvez fosse. Hayla era linda, os cabelos longo se destacavam na pele morena. O curto vestido azul tomara-que-caia marcava seus seios fartos e chamativos. Sutilmente rodeou sua cintura e a beijou.
Os outros dançavam com seus pares, bebiam suas cervejas, tequilas, conversavam com seus amigos, entravam e saiam freneticamente, enquanto eu permanecia no mesmo lugar. Parada. O mundo girando ao meu redor e eu presa na superfície.
— Um dólar por cada pensamento seu.
Girei o rosto, forçando um sorriso.
— Meus pensamentos são tão baratos assim?
Scott deu de ombros. Usava uma de suas camisas do Dallas branca com uma calça jeans. Ele gostava tanto das roupas do Dallas que até me lembrava um pouco o Dexter.
— É o que posso pagar no momento. — brincou. Me analisou dos pés à cabeça, soltando um assobio no ar. — Ame Brooks, é você mesma? Você está incrível!
Sorri, sem graça. Eu não estava.
— Não exagere!
— Não estou exagerando. Realmente está muito bonita. Aliás, achei que não viria, o que te fez mudar de ideia?
Instantaneamente meus olhos varreram o salão, parando no casal mais importante da noite.
— Sofia. — menti. — Prometi a ela que viria.
Scott seguiu meu olhar, encontrando Hayla cochichando algo no ouvido do Connor. Ele suspirou, voltando a me fitar. Tanto ele quanto eu sabíamos o verdadeiro motivo, só não admitimos em voz alta. A esperança em seu olhar me fez relaxar um pouco.
— Achei que os dois não passariam de duas semanas, mas veja só? Ele a trouxe pra festa. Connor nunca trás ninguém para suas festas. — manteve as mãos na altura dos ombros. — Foi o que ouvi.
— Acha que é sério? — indaguei naturalmente. Scott franziu o cenho sem entender. — Os dois... Acha que é algo sério?
Friccionou os lábios e os olhou outra vez, pareceu pensar numa resposta enquanto os observava dançar no salão. Eles atraíam atenção, como o casal mais badalado, mais invejado do baile. O rei e a rainha. Connor nem havia se esforçado para escolher uma roupa, poderia arriscar dizer que pegou a primeira que encontrou.
Mas o que isso importa? Ele não precisava de muito para chamar atenção.
— Eu acho que ele a usa para tampar feridas abertas. Os dois podem parecer o casal perfeito ao primeiro ver, mas estão longe disso. São o oposto um do outro.
— Como assim?
— É como se vocês dois fossem tentar uma relação. Veja, você não se apaixona, e Connor não namora, um casal improvável, né? — explicou, parecendo se divertir. — Assim são os dois. Hayla não faz o tipo do Connor. E mesmo, ele vive de momentos. Vive cada dia intensamente, sem pensar no amanhã, e é isso que o torna diferente dela.
— Desde quando homens tem tipo?
— Ah, Ame, você precisa aprender muito sobre nós. Podemos ser os mais mulherengos do universo, mas quando se trata de encontrar alguém para apresentar pra mãe, nos tornamos seletivos.
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Como Não Te Amar? (REPOSTANDO)
RomanceRomance/Drama. Ame Brooks é uma garota de 17 anos que passou boa parte da sua vida sofrendo nas mãos de Connor Rivers, um garoto da sua escola que sempre fez questão de humilhá-la em público. Mas tudo passa a mudar quando Ame conhece Scott, um recé...