65 | O novo desconhecido.

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"Já matei alguns sentimentos, mas foi em legítima defesa."

E eu estive presente quando ninguém estava, eu te entendia quando nem mesmo você se entendia, resolvi ser teu para todo o sempre típico daqueles filmes animados da Disney. Era tudo tão maravilhoso e literalmente dizendo, mágico. Não sei como andar se teus pés não guiarem os meus, não consigo enxergar se você não estiver ao alcance de minha visão e duvido se um dia conseguirei amar alguém que não seja você. Agora, terei não apenas que sobreviver cada dia superando, mas sim, reaprendendo a viver. - Fabrício Bernardo. "

Voltas.

O que são voltas, afinal?

É a volta de alguém da padaria? Ou a volta que damos ao redor de um carrossel? Acho que talvez seja só mais uma palavra usada para descrever tantos sentimentos. É difícil explicar quando mal se sabe o que se sente de verdade.

Meu coração bate descompassadamente enquanto caminho às pressas para a saída da mansão Rivers. Turbulência. Uma turbulência ocorre dentro de mim, um furacão arrasta minha estabilidade emocional, meu equilíbrio mental.

Não! Nego-me a passar por tudo novamente.

Paro a uns metros de distância da festa, próximo ao hall onde convidados formam uma roda de amigos, bebem seus champanhes e comemoram entusiasmados.

Respiro fundo repetida vezes até me sentir segura novamente.

— Você não me parece muito bem. — constata uma voz bem próxima. O olho de cenho franzido. — Deixe-me adivinhar... Encontrou um ex namorado? Não, melhor, esbarrou com uma assombração? Se bem que ex namorado é também uma assombração.

Encaro - com curiosidade - o homem ao meu lado. Alto, magro, sem músculos exagerados; os cabelos castanhos escuros formam ondas para o lado. A silhueta de um sorriso divertido brinca em seus lábios rosados. Não usa terno como todo mundo, apenas uma camisa social rosa bebê com as mangas enroladas até os cotovelos e uma calça jeans. O copo com uísque quase vazio em uma das mãos me leva a crer que ele deve estar bêbado.

Como se lesse meu pensamento ergue o olhar até o copo, e sorri de canto.

— Não mocinha, não estou bêbado. Não estou nem perto disso. Não se preocupe.

— São muitos não em uma só frase. — replico, divertindo-me das caretas que esboça.

Ele sorri ainda mais.

— Que ótima observadora. — desdenha. O homem deixa o copo sobre uma das inúmeras mesas altas espalhadas pelo salão. — Então Srta. Do quê estava fugindo? Acertei ao especular "ex namorado"?

Sorrio. Sorrio porque essa cena me leva há dois anos atrás quando corria do Connor e esbarrava no meu príncipe salvador: Scott Parker.

Será um déjà vu?

Ah não... De novo não.

— Estava correndo de uma festa tediosa. Apenas isso. — respondo normalmente. Arqueia as sobrancelhas.

— Você me soa familiar. A gente já se conhece? Ou se esbarrou em algum lugar? — questiona. — Já te levei pra minha cama? Se não, podemos resolver esse problema agora. — sugere, malicioso.

Como Não Te Amar? (REPOSTANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora