Cap08 - Carne de Demônio!

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 Voltamos ao parque no dia seguinte, todos prontos para mais uma sessão de treino. Assim como no outro dia, estávamos treinando em um canto, e Laura afastada em outro, ficando quieta por lá mesmo. Tudo correndo normalmente, até aquele piado agudo e estridente de gelar a espinha se espalhar pelo ar.

 O autor do som pavoroso sai dentre a copa das árvores, uma Harpia. Assim como nos filmes e ilustrações dos livros, as Harpias são metade humanas, metade pássaros. Dos joelhos para baixo suas pernas se tornam pés de aves, com uma calda de penas e asas emplumadas no lugar dos braços, a criatura desceu em nossa direção.

 Foi tão rápido que só tive tempo de me jogar no chão, me protegendo de seu voo rasante. Enquanto ela se distanciava para pegar impulso e descer novamente, eu e Ana tentamos acertá-la com bolas de fogo ou graça, sem sucesso, nos fazendo descarregar depressa.

 Ela começa o processo de descida novamente. Dessa vez, antes de chegar mais perto de nós, Samuel lança uma mochila nela, o que a faz perder a estabilidade do voo, e cair no chão.

Antes de se retirar para os céus novamente, ela faz um refém, que infelizmente sou eu. Suas garras prendem meus braços, e ela começa a alçar voo, mas não sem antes de Leticia tentar segurar uma de suas patas, descarregando o veneno mortal de Djinn.

 A criatura começa a subir, ao mesmo tempo que se desfaz em poeira cinza, quase como se estivesse vazando, se quebrando como um castelo de areia. O veneno estava fazendo efeito agora.

 Meu cérebro pareceu ter congelado com tudo que aconteceu, eu simplesmente não sabia o que fazer. Logo depois de alcançar a alturas das árvores, aos solavancos da subia, a Harpia se desfez por completo, me fazendo descer, e o pânico subir.

 "PUTA MERDA! EU VOU MORRER! MEU DEUS!"

O chão estava cada vez mais próximo, me causando mais e mais temor, e tudo que eu conseguia fazer era ficar mais nervoso.

- VOCÊ VOA SEU IDIOTA!

 Ouço o grito de Leticia bem a tempo. Tento lembrar da sensação que senti quando Natasha fez o feitiço de identificação, e imagino asas de dragão saindo de minhas costas.

 Poucos metros antes de atingir o chão, um par de asas surge, me fazendo planar com um solavanco violento, quase como a abertura de um paraquedas. Obviamente não foi um voo bonito, eu apenas planei rente ao chão, mas pelo menos não cai direto daquela altura.

 A queda foi dolorida, não vou mentir. Mas estou vivo, e é isso que importa. Olhando pelo lado positivo, foi uma experiência nova.

 Lê: - Por que você não voou antes criatura?

 Eu: - Eu tinha esquecido que eu voava!

 Samuel: - Cadê a Daniela?

 Eu: - Como assim?

 Samuel: - Não era ela quem tava fazendo esses monstros de poeira?

 Eu: - Se ela não tá aqui não deve ser ela.

 Nat: - Então é quem?

 Ana: - Essa pessoa deve estar perto.

 Eu: - A essa hora ela ou ele já deve ter sumido - Digo ainda me levantando do chão.

 Laura: - Então vamos voltar para o treino.

 "Ué? Ela não está quieta no canto dela? Por que ela se incomodou com isso?"

  Resolvo ignorar por enquanto a atitude de Laura. Assim que comecei a caminhar de volta para a área de treino, sinto meu corpo inteiro dolorido, acho que a proteção de dragão pode ter me protegido contra danos piores mas mesmo assim estava doendo pela queda.

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