O elevador finalmente volta ao nosso andar, entramos sem hesitar. Natasha tecla o primeiro andar, as portas se fecham devagar e a descida começa.
Nat: - Henrique?
Eu: - Sim?
Nat: - O que aconteceu lá em cima migo?
Eu: - Como assim Nat?
Nat: - Quando o Alessandro pegou a faca angelical, você pareceu diferente.
Eu: - Tem certeza? Eu só tava lutando pela minha vida.
Imagens da luta passam rápido pela minha mente, além do medo daquela sensação estranha antes de tudo acontecer.
Nat: - Mas, nem seus olhos pareciam os mesmos.
Eu: - Quê?
Nat: - Eles não estavam laranjas como o fogo, eles ficaram amarelos.
Eu: - Como os do Samuel? Acho que ele me mordeu e não estou sabendo, hehe.
Nat: - Migo, eles pareciam ouro derretido, e seu fogo estava da mesma cor. - Minha tentativa de quebrar o climão falha miseravelmente.
Eu: - Nat, eu não sei o que aconteceu, só segui meus instintos.
Nat: - Você parecia mais cruel, como que se fosse preciso, nos largaria para fugir de lá.
Eu: - Você sabe que eu nunca faria isso!
Nat: - Bom mesmo, se não iria atrás de você.
Eu: - Hehe.
A conversa se encerra por ali mesmo, apenas nos deixando ao som de Mad Hatter de Melanie Martinez, sem contexto algum com o assunto.
O prédio parecia infinito, como se nunca mais fôssemos parar de descer, parecia até que estávamos descendo direto para o inferno.
Quando as portas finalmente se abrem, e o ar fresco entra, somos recebidos pelos olhares ansiosos de todos. Eles nos recebem, e então saímos pelas portas de vidro do saguão.
Nos reunimos perto dos carros, voltaríamos no mesmo carro que chegamos, nos despedimos e entramos no carro.
Dessa vez havia a esposa de Sebastian, então ela iria no banco da frente, e eu no de trás com Suellem. Como os dois na frente não paravam de falar entre si, não me restavam muitas opções além de dormir e observar a paisagem, como estava cansado, a primeira opção me parecia mais atrativa.
Não foi preciso muito tempo, apenas encostei a cabeça no vidro e fechei os olhos, e logo estava sonhando.
*Sonho on*
Eu não sei do que estou correndo, apenas sei que é algo perigoso, e que devo correr. Eu estava correndo em uma mata fechada, focando na luz mais a frente. Alcanço uma clareira, iluminada pela luz da lua.
Apesar de não tão bem iluminado dava para ver que haviam marcas no chão, de fuligem, terra mexida, grama queimada, e até sangue. Ando até o centro da clareira e fico olhando ao redor, o lugar era bem grande, se o que estava me perseguindo chegasse, eu veria e teria tempo de revidar.
Aos poucos me lembrei do lugar, foi aqui onde me encontrei com outras versões minhas, me tentando a mudar o feitiço e aceitar outra criatura. Rio baixo dessas lembranças.
- Eu acabei com todos eles.
Me viro para ver de onde a voz vinha, era outra versão minha, mas não conseguia identificar qual sua criatura.
- Eu sou você.
Eu: - É, já tô sabendo.- Mas o que não sabe, é que eu não sou uma opção, não como os outros que ataquei.
Eu: - Como assim?
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Uma vida Super-Natural
FantasyEm um mundo onde todas as lendas e mitos de fato existem, um grupo de jovens que está no ensino médio descobre que suas séries, livros e histórias fazem parte de sua vida de um jeito diferente agora. Eles terão de lutar com seus demônios internos, l...