Cap40 - Não são apenas histórias!

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 Estávamos dando passos largos, talvez por medo, mas estávamos seguindo em frente, até chegar na secretaria da escola.

A porta estava fechada e não havia mais ninguém por perto, através do portão de grades, dava para ver a escuridão, a única luz vinha de um poste, de resto estava tudo apagado até o próximo poste quase no final da rua.

O cara abre a porta da secretaria, o suficiente para ver uma pessoa sentada numa cadeira, em frente ao computador. Ele percebe nossa presença e vem até nós.

 - Olá garotos, está tudo bem por aí?

 Eu: - Foi você quem bateu a porta?

 - Foi só o vento, não precisam se preocupar com isso, só com o frio, tá esfriando bastante agora. - Ele termina a frase e pisca para mim com um olho.

 Eu: - Ann... Obrigado, eu acho.

 - Boa noite, garotos.

 "Pedófilo! Cof cof"

Ele bate a porta na nossa cara, só tínhamos a opção de voltar, e foi o que fizemos. Quando voltamos, o clima parecia estranho, ninguém mais usava os tabuleiros e todos estavam separados em grupos, e pareciam atônitos.

Corro para perto de meus amigos e pergunto:

 - Gente, o que aconteceu?

 Nat: - Quando vocês saíram, as luzes piscaram, e um ponteiro saio para fora do tabuleiro, largamos tudo e cada um foi para o seu canto.

 Eu: - Alguém se machucou?

 Nat: - Não, mas muita gente tá achando que é uma brincadeira.

 Samuel: - Mas a gente sentiu o frio antes das luzes apagarem, pode ser um fantasma.

 Laura: - O que a gente faz?

 Ana: - Vamos se equipar.

 Laura: - Como?

 Ana: - Tem sal na cozinha.

 Samuel: - E umas ripas de ferro no telhado.

Todos olhamos para ele, surpresos.

 Samuel: - O quê? Quando eu e o Henrique subimos na caixa-d'agua, eu vi umas ripas de ferro lá, e tenho certeza que não tiraram de lá ainda.

 Nat: - Então vamos buscar elas.

 Suh: - Por que só vocês dois?

 Nat: - Porque temos visão noturna.

 Laura: - Uiiii, criaturas da noite.

 Ana: - Então tá, eu e a Laura vamos buscar o sal na cozinha, vocês dois tomam conta das coisas aqui?

 Eu: - Pode deixar.

 Laura: - Vamos.

As duplas se vão em direções opostas, me deixando apenas com Suellem.

Ficamos observando como as outras pessoas lidavam com a situação, alguns pouco se importavam, outros ficavam atentos para qualquer coisa assim como nós e também haviam os que entraram em choque, e ainda estavam se recuperando.

Ficar e esperar por algo não é uma opção muito inteligente, principalmente quando não se sabe de onde virá o ataque, pelo menos nesse caso. Fingir que está tudo bem e se mostrar forte não é fácil, somos adolescentes caramba! Também temos medo, é difícil carregar o fardo de sermos os escolhidos dessa geração, principalmente quando não pedimos por isso e nem sabemos o que significa.

Me pego tendo esses pensamentos ultimamente, acho que qualquer um pensa sobre isso em algum momento da vida, se o que está fazendo vale a pena, se isso é realmente justo consigo mesmo. Prefiro pensar que isso é causado pelo stress e pela insegurança, minha teoria é alimentada pelo fato desses pensamentos terem começado depois de sermos confrontados pelo mago de poeira, acho que esse era seu objetivo, causar a discórdia e nos atacar quando estivermos quebrados.

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