Estávamos dando passos largos, talvez por medo, mas estávamos seguindo em frente, até chegar na secretaria da escola.
A porta estava fechada e não havia mais ninguém por perto, através do portão de grades, dava para ver a escuridão, a única luz vinha de um poste, de resto estava tudo apagado até o próximo poste quase no final da rua.
O cara abre a porta da secretaria, o suficiente para ver uma pessoa sentada numa cadeira, em frente ao computador. Ele percebe nossa presença e vem até nós.
- Olá garotos, está tudo bem por aí?
Eu: - Foi você quem bateu a porta?
- Foi só o vento, não precisam se preocupar com isso, só com o frio, tá esfriando bastante agora. - Ele termina a frase e pisca para mim com um olho.
Eu: - Ann... Obrigado, eu acho.
- Boa noite, garotos.
"Pedófilo! Cof cof"
Ele bate a porta na nossa cara, só tínhamos a opção de voltar, e foi o que fizemos. Quando voltamos, o clima parecia estranho, ninguém mais usava os tabuleiros e todos estavam separados em grupos, e pareciam atônitos.
Corro para perto de meus amigos e pergunto:
- Gente, o que aconteceu?
Nat: - Quando vocês saíram, as luzes piscaram, e um ponteiro saio para fora do tabuleiro, largamos tudo e cada um foi para o seu canto.
Eu: - Alguém se machucou?
Nat: - Não, mas muita gente tá achando que é uma brincadeira.
Samuel: - Mas a gente sentiu o frio antes das luzes apagarem, pode ser um fantasma.
Laura: - O que a gente faz?
Ana: - Vamos se equipar.
Laura: - Como?
Ana: - Tem sal na cozinha.
Samuel: - E umas ripas de ferro no telhado.
Todos olhamos para ele, surpresos.
Samuel: - O quê? Quando eu e o Henrique subimos na caixa-d'agua, eu vi umas ripas de ferro lá, e tenho certeza que não tiraram de lá ainda.
Nat: - Então vamos buscar elas.
Suh: - Por que só vocês dois?
Nat: - Porque temos visão noturna.
Laura: - Uiiii, criaturas da noite.
Ana: - Então tá, eu e a Laura vamos buscar o sal na cozinha, vocês dois tomam conta das coisas aqui?
Eu: - Pode deixar.
Laura: - Vamos.
As duplas se vão em direções opostas, me deixando apenas com Suellem.
Ficamos observando como as outras pessoas lidavam com a situação, alguns pouco se importavam, outros ficavam atentos para qualquer coisa assim como nós e também haviam os que entraram em choque, e ainda estavam se recuperando.
Ficar e esperar por algo não é uma opção muito inteligente, principalmente quando não se sabe de onde virá o ataque, pelo menos nesse caso. Fingir que está tudo bem e se mostrar forte não é fácil, somos adolescentes caramba! Também temos medo, é difícil carregar o fardo de sermos os escolhidos dessa geração, principalmente quando não pedimos por isso e nem sabemos o que significa.
Me pego tendo esses pensamentos ultimamente, acho que qualquer um pensa sobre isso em algum momento da vida, se o que está fazendo vale a pena, se isso é realmente justo consigo mesmo. Prefiro pensar que isso é causado pelo stress e pela insegurança, minha teoria é alimentada pelo fato desses pensamentos terem começado depois de sermos confrontados pelo mago de poeira, acho que esse era seu objetivo, causar a discórdia e nos atacar quando estivermos quebrados.
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Uma vida Super-Natural
FantasyEm um mundo onde todas as lendas e mitos de fato existem, um grupo de jovens que está no ensino médio descobre que suas séries, livros e histórias fazem parte de sua vida de um jeito diferente agora. Eles terão de lutar com seus demônios internos, l...