Cap16 - A raposa

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 O dia anterior foi puxado, mas pelo menos era final de semana, finalmente um merecido descanso. Logo pela manhã resolvo caminhar com Scott, meu cachorro, para aproveitar que o Sol ainda não estava tão forte.

Estava tudo indo bem, apesar do fato de Scott querer parar em toda santa árvore para cheirar, mas aproveito das paradas de Scott para treinar meus novos poderes: audição e olfato mais apurados, o mundo tinha cheiros e sons diferentes agora.

Ando com Scott por uma rua bem vazia, pelo menos eu achei que estava. Não sei por onde, mas um cachorro maior que o Scott apareceu latindo muito. Tentei pegar Scott no colo mas ele correu, fazendo a guia enroscar em minhas pernas, causando uma bela queda. Scott correu para uma parede e se encolheu por lá, e o cachorro correu para cima dele.

Entrei em pânico, não sabia o que fazer, foi aí que tive a brilhante idéia de "rugir" para o cachorro.

Foi algo e muito espontâneo, o rugido veio do fundo da minha garganta, mesmo quando parei, dava pra ouvi-lo ecoando pela rua.

O cachorro saiu correndo com um choro baixo. Pego Scott no colo e volto para casa o mais rápido possível. Pelo menos eu descobri outra vantagem de ser lobisomem temporariamente, pelo menos eu espero que seja temporário.

Depois do almoço, vejo minhas mensagens e percebo que no nosso grupo de amigos, eles haviam combinado de se encontrar no parque para treinar nossos poderes trocados.

Foi difícil, mas convenci minha mãe à me levar ao parque. Chegando lá encontrei com Suellem para mais um dia de treino, que como de costume começou com o falatório:

 - Hahahaha! Como assim vocês trocaram de poder?

 Eu: - Fala baixo Suh.

 Suh: - Tá bom! Mas como vocês perderam os poderes?

 Eu: - Longa história.

 Suh: - Conta vai!

Reviro os olhos por reflexo, Suellem consegue ser bem irritante quando quer, e a sua voz fina não ajuda em nada. Olho para Natasha chegando e a cumprimento, com a ajuda dela, explicamo para Suh tudo o que aconteceu.

 Suh: - LOBINHO! Hahahahaha!

 Eu: - Tá bom Suh, já entendi.

 Suh: - E eu continuo sendo um Leviatã poderoso.

 Nat: - Que morre se lavar a louça!

 Suh: - Ei Nat! Não precisa estragar minha felicidade!

Enquanto as duas conversavam, um carro parou em frente parque, de onde desceu Laura, ela estava toda cheia de si, com o nariz empinado, óculos escuros e um sorriso de satisfação bem grande no rosto.

 Laura: - Boa tarde gente! - Ela fala com calma enquanto retira os óculos escuros e os pendura na camisa.

 Suh: - Aí! Chegou a pomba!

 Laura: - Quem contou pra ela?

 Eu: - Eu! - Digo contendo o riso.

 Laura: - E aí Lobinho? - O sarcasmo toma conta da voz dela.

 Suh explode em risadas altas, consigo ver pelo canto do olho Natasha rindo de leve.

 Eu: - Parece que virar um anjo te deixou cheia da graça, não é mesmo? - Digo levantado um sobrancelha

 Laura: - HÁ-há, engraçadinho.

 Eu: - Eu mesmo.

Era impressionante como se tornar um anjo deixou Laura mais cheia de si, mais auto confiante, uma semana atrás, se eu tivesse feito uma piada como essa ela teria me fuzilado com o olhar, possivelmente fazendo até as luzes piscarem. Mas será que esse bom humor é resultado de ser um anjo, ou ser outra criatura que não seja um demônio?

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