Capitulo |cinco

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MASCARADA

Olho para o sinal que finalmente fica vermelho e desabotoo a saia que estou usando, ficando apenas com o short preto desfiado que estou usando por baixo, a prática faz com me troque rápido dentro do carro. Pego o top preto enfeitado com lantejoulas e coloco, substituindo a blusinha básica que eu estava usando. Coloco uma peruca loira e com a maquiagem escura, completo o rosto da mascarada em quem me transformo toda noite no Clube Privê.

Á quatro anos atrás, eu estava em uma crise depressiva, devido a alguns problemas e sinceramente já tinha pensado até em tirar minha própria vida, eu vivia sendo humilhada, espezinhada, maltratada e tudo isso por alguém que você pressupõe que deveria cuidar de você. Eu já estava no meu limite, quando achei que a única solução era dar um fim a minha vida que não tinha mais serventia para ninguém, encontre um antigo amigo de faculdade. Nós sentamos e começamos a conversar e eu abri meu coração para ele, disse que estava apenas criando coragem para acabar com tudo. E ele me fez ver que ainda valia a pena viver e que se não fosse por ninguém que fizesse por mim mesma e por ele, que gostava muito de mim.

Ele me perguntou por que eu não havia me tornado uma dançarina profissional e eu disse que tinha me casado. Foi então que ele teve a ideia, de que eu dançasse mascarada e que o irmão dele tinha um clube e que ele falaria com o irmão, o safado ainda se divertiu montando o personagem que uso até hoje. Ninguém além do Anthony sabe a minha verdadeira identidade.

Chego ao clube e atraio logo todos os olhares para mim, não que torna tudo muito difícil e aguça a curiosidade dos marmanjos de plantão, estou ensaiando quando escuto chamarem pela mascarada.

- Ei mascarada! - um cliente me chama e ao ver que eu olho ele se anima e se aproxima mais.

- E ai gostosa, minha mulher está viajando vamos lá para minha casa pra gente dar um thunay, eu vou te ensinar todas as posições do Kama Sutra.

- Não obrigada. - falo e todos riem e ele insiste.

- Garanto que não vai se arrepender. - ele fala se aproxima me agarrando por trás e se esfrega em mim, viro de frente, o filho da puta acha que estou gostando.

Então eu miro meu joelho bem no saco dele, ele se abaixa com a dor, então eu dou um soco que acerta bem no olho dele. Os seguranças o tiram do palco eu respiro e continuo com meu ensaio.

Tem dias que são punks. Todos os problemas acontecem ao mesmo tempo. Só me liberto quando subo no palco, quando visto a roupa e ponho a máscara me transformo em outra pessoa, me sinto forte e corajosa. Coisas como essas que aconteceu agora, eu tiro de letra e consigo até achar engraçado. Agora se estivesse no meu dia a dia a única coisa que faria seria chorar. Termino meu ensaio e vou para o meu quarto aqui no Clube, meu celular toca e eu atendo.

-Onde você está? Precisava muito de você hoje. - fala a pessoa do outro lado da linha.

- Hoje o dia está sendo difícil. - Se der passo aí na sua casa para conversarmos, sei que está passando por muitas coisas, mas fique tranquila que tudo vai dar certo. - Se cuide, viu? Beijos.

Desligo o telefone e vou para o salão outra vez, hoje eu tenho a incumbência de ensinar uma mulher a dançar no poste, coisa que eu vou fazer com muito prazer, admiro as mulheres que fazem essas coisas, que tem um marido a quem queira agradar. A Annie está apreensiva porque disse que a mulher é uma louca, que toda vez que vêm ao clube apronta alguma. Eu mesma já vi isso acontecer.

Ensinar nem sempre e fácil, confesso que foi uma ótima distração e me faz esquecer um pouco dos problemas que me aflige, saio até um pouco mais leve, mas é só chegar à rua que o peso de tudo me atinge mais uma vez.

Mudando O Destino [Concluído ]✔    Onde histórias criam vida. Descubra agora