Capitulo |vinte e cinco

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Lucy

Se fosse fazer um balanço de tudo que me aconteceu nesses últimos dias, eu diria que o saldo não foi de todo negativo, só de ouvir do Drew que meu filho está vivo e está bem, já vale tudo que passei. Eu ouvi de todo mundo que não fosse a Nova York e mesmo assim eu fui, comprei tudo que precisava e nem percebi que estava sendo seguida o tempo todo, eles só esperaram até eu ficar sozinha para poder me atacarem, ver o Drew correndo atrás daquele carro, depois de ter sido baleada sem saber se eu estava viva ou morta não era nem o começo do meu pesadelo. Me levaram para aquela clínica suja onde fizeram meu parto, vi quando tiraram meu filho, ele era loirinho igual ao pai, mas era tão pequeno. Eu queria pedir para vê-lo, queria gritar, implorar, mas parecia que tinha uma pedra de gelo sobre meus lábios, eu falava, mas não saía nada. Vi quando chegou uma mulher de meia idade muito bem vestida e queria pegar meu filho, mas uma outra enfermeira que depois se identifiquei como a Suellen, a mulher que estava rondando minha loja. Ela saiu com meu filho e eu não o vi mais. Eu queria gritar, queria ir atrás dela, mas aquele gelo nos meus lábios não me permitia. Depois veio aquele apito piiiiiiiiiii!! Que já estava me deixando louca até que alguém finalmente o desligou e eu pude descansar.

Acordei no hospital com minha mãe sentada em minha frente chorando. Meu primeiro instinto foi passar a mão na minha barriga. Como um flash as lembranças vieram tudo de uma vez e junto com elas o desespero. Meu filho não estava comigo, havia sido roubado e o desespero tomou conta de mim. Arranco o soro que está na minha mão e tento me levantar, minha mãe tenta me segurar e chama a Hanna e Alice. Nesse momento o Drew entra.

- O que está acontecendo aqui? – ele pergunta, vem e me abraça forte e eu sinto todo pânico ir embora.

- Meu filho Drew!! Onde está meu filho? Eles levaram meu filho Drew! Eu vi a mulher levando ele. - falo e ele me abraça rindo.

- Está tudo bem anjo! Ele já apareceu, fique calma, ele está na incubadora, mas está bem. - será que ele está me enganando? Me pergunto.

- Eu não enganaria você amor, eu tirei foto dele no meu celular quando cheguei e depois no berçário, ele está bem, assim que você tiver alta a pediatra vai dar alta para ele também. - ele fala e me mostra a foto dele.

- É ele! É o meu filho, lindo igualzinho como me lembrava. Ele parece com você Drew!  aquela boquinha dele, igualzinha a do pai eu quero ver o meu filho, por favor me leva para ver meu filho. Nem percebi que estava chorando e todos ao redor choravam também. A doutora Ariadne entra no quarto e quando vê aquela cena me olha séria cruzando os braços.

- Permito que venham visitar minha paciente e vocês a deixam nesse estado. Vou perdoar porque conheço as circunstâncias. - fala com um sorriso desfazendo a cara séria, Ariadne e eu nos tornamos boas amigas durante o pré-natal. - Parabéns Lucy seu filho é lindo e saudável, se prepare para amamentá-lo muito.

- Obrigada Ariadne, eu ainda não o vi, só por foto será que posso vê-lo? – pergunto.

- Assim que eu acabar de examina-la você pode vê-lo, recomendo que use a cadeira de rodas Drew, vamos evitar muito esforço apenas por hoje. - ele concorda com um movimento positivo com a cabeça e sorri.

-Se está tudo bem eu e a Hanna vamos para loja, agora também temos uma tecelagem para tocar. – Alice fala sorrindo e eu me lembro do negócio que eu fechei, agora sou proprietária de uma tecelagem como eu sempre sonhei.

- Estou orgulhosa de você minha filha, meus parabéns, agora também vou em casa cuidar de umas coisas e depois vou para o seu apartamento arrumar as coisas para a chegada do Samy. Minha mãe me beija e vai embora feliz da vida. Quando todos saem Drew me coloca na cadeira para eu ir ver o meu filho. A enfermeira permite que eu entre no berçário e vai até um bercinho e pega um pacotinho minúsculo e traz até meus braços. Não sei nem descrever a sensação de finalmente pegar meu filho no colo, talvez pela forma que tudo aconteceu ou pelo fato de quase tê-lo perdido eu não consigo parar de chorar e admirá-lo. Ele é uma cópia fiel do pai, a boquinha carnuda. Só o cabelinho que é escuro como o meu Como se soubesse que estou aqui ele abre os olhinhos verdes como os do Drew, eu nunca vi alguém se parecer tanto com outro, a boquinha dele é vermelhinha, ele mexe as mãozinhas e chora, será que machuquei ele? Mas eu estava tão quietinha com ele.

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