Cap 8. Precisamos falar sobre isso!

995 74 3
                                    



*Limantha na sorveteria observando a mãe de Tina e Telma buzinar para que suas filhas entrem no carro*

Lica: A mãe da Tina continua a mesma.

Samantha: Pior ainda, porque agora a Tina já sabe como é viver longe do chicote da mãe, né?!

Lica: Preconceito é uma coisa...

Samanhtha: Horrorosa.

Lica: Huhum. Horrorosa, não adianta fingir que não existe... Quando a gente menos espera...

Samantha: Ele ataca.

Lica: É.

Samantha: Sabe o que é mais louco?! É que têm todo o tipo de preconceito: Racial, social, econômico...

Lica: Sexual.

Samantha: Não dá para relaxar.

Lica: É... Só tem um jeito de enfrentar o preconceito, né?! Brigando.

Samantha: É, eu sei.

Lica: Cê... Já provou desse?

*Lica põe um pouco de seu sorvete na colher.*

Samanhtha: Não.

Lica: Não.

*Lica dá sorvete na boca de Samantha*

Lica: Tó.

Samantha: Huuum... Gostoso.

*Lica e Samantha se olham*

Lica: Eu não tenho medo.

Samantha: Eu tenho.

Lica: Jura?!

Samantha: Tenho, mas eu enfrento.

*Lica e Samantha sorriem.*

***

*Limantha ainda na sorveteria.*

Lica: Você tem certeza que encara esse lance? Eu e você, você e eu...

Samantha: Juntinhas?! Claro! Por que não?!

*Risos*

Samantha: Bincadeirinha.

*Samantha ri*

Lica: Cê tá me tirando?! Cê quase me enganou!

Samantha: Não, mas foi engraçado, não foi?!

Lica: O quê?! A gente dando Match?

Samantha: É. Só podia, a gente tem química.

Lica: É, é verdade. Com quem mais a gente ia dar Match, né?

*Risos e Samantha concorda com a cabeça.*

*MB chega à sorveteria.*

MB: E aí meninas?

Lica: E aí MB!

Samantha: Com o MB que não seria.

Lica: É, MB já foi!

Samantha: Muito!

*Risos*

MB: Que foi? Você duas estão namorando é?! Eu shippo, hein!

*Lica encara MB com cara irônica e depois olha para Samantha com um olhar divertido.*

* Samantha fica envergonhada e olha para sua taça de sorvete.*

*Manu*

- Corta! Parabéns pessoal, vocês arrasaram! Vamos fazer um intervalo e depois vamos gravar algumas cenas curtas para os próximos capítulos. Vinte minutos e voltamos, ok? -Disse o diretor saindo do estúdio.

- Ok! – Respondemos eu e o Vini, juntos, enquanto a Gi encarava o nada.

- E aí bora tomar um café? – Convidou o rapaz loiro ao meu lado.

- Valeu Vini, mas vou passar, a Gi ficou meio quieta, vou ver se está tudo bem.

- Ok, boa sorte Manu.

- Valeu. – Eu disse sorrindo para ele e indo em direção à Giovanna.

  Ela estava longe, seu olhar parecia distante, alguma coisa tinha acontecido, alguma coisa a estava preocupando e eu não sabia o que era, mas algo dentro de mim queria poder roubar suas preocupações e resolvê-las todas de uma vez, só para que o sorriso lhe voltasse ao rosto.

- Uma moeda por seus pensamentos. – Falei sorrindo para a menina de cabelos castanhos ao meu lado.

- Oi Manu... Não é nada.

- Fala vai... Você ficou diferente depois dessa sequência de cenas. -Disse ficando de frente a ela e ajoelhando no chão.

- É só que... É uma merda tudo isso... Preconceito, é absurdo que em pleno 2017, ainda tenhamos que falar sobre isso, porque as pessoas não conseguem e não sabem respeitar as diferenças. Pensar sobre isso me machuca, porque é triste pensar que quando abrimos o jornal, vemos a TV ou ouvimos rádio, encontramos notícias de agressões geradas por algum tipo preconceito e pior... Quantas notícias não existem, porque a vítima faz parte de um grupo marginalizado a tal ponto de não ter voz... Isso acaba comigo.

- Ai Gi, eu te entendo. Eu também sinto o que você sente diante disso. É horrível essa sensação de impotência, esse sentimento de raiva, tristeza... Desespero...

- Sabe Manu, gravar as cenas contigo falando sobre esses assuntos é um privilégio, é uma honra, é uma forma de resistência, de luta... É um ato político! Eu me sinto muito grata por poder fazer parte de um projeto que aborda essas temáticas todas, mas às vezes, é isso, dói gravar, dói pensar que as coisas ainda são bem complicadas.

- Pequena, eu sei... Mas foca no incrível que está sendo essa experiência, sobre a parte triste e chata... Bom, usa essa energia para trabalhar em cena.

- Obrigada Manu, você sempre me acalmando. – Ela disse enquanto me abraçava apertado.

- Disponha. – Respondi abraçando-a ainda mais.

- Obrigada de verdade.

- Vamos tomar um café?

- Vamos! – Ela respondeu sorrindo.

  Como era bom vê-la sorrir outra vez, porque ela era linda e ficava ainda mais encantadora sorrindo, era como se o mundo voltasse a fazer sentido e se tornasse um lugar melhor. 

Universo Particular-Limantha.Onde histórias criam vida. Descubra agora