Cap 18. Por entre ficção e realidade.

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*Gi*

  Eu despertei ainda nos braços da garota que aos poucos fazia meu coração disparar, daquela que passou a roubar meus sorrisos e que me deixava ansiosa por estar por perto. Eu me permiti ficar ali um pouco, antes de levantar para preparar o café da manhã.

  Quando finalmente levantei e fui até a cozinha para preparar o desjejum, fiquei me perguntando em silêncio o que era o que eu andava sentindo nos últimos dias e se ela também era capaz de sentir... Na noite anterior, eu pude sentir o ar mais pesado, eu pude ver os seus olhos ficando um pouco mais escuros e eu podia jurar que estávamos quase para nos beijar, até que de repente o clima se quebrou... Foi melhor assim.

  Eu nunca tive vontade de beijar outras garotas antes, mas com a Manu era diferente, parecia tão certo e tão errado ao mesmo tempo... Eu não podia alimentar seja lá o que estava sentindo, ela era minha companheira de trabalho e não poderíamos passar disso, porque como disse a personagem de Manu, Lica há alguns capítulos atrás: "Se a gente for por esse caminho, o nível de desastre vai bater no 100%." E eu nunca, jamais faria algo para prejudicar o nosso trabalho e a nossa relação.

- Bom dia, pequena. – Disse a garota que antes estava me abraçando enquanto dormia, me tirando de meus pensamentos.

- Bom dia, dorminhoca! – Respondi sorrindo.

  Ela continuou me olhando por alguns segundos com um sorriso no rosto, até que de repente, ela desviou o olhar para o chão.

- O café está pronto. – Eu disse entregando a Manu uma caneca cheia de café quentinho.

- Huuuum, que delícia, obrigada. – Ela me agradeceu vindo em minha direção e depositando um beijo em meu rosto.

- E aí?! Preparada para a balada de hoje à noite?

- Não. Hahahahaha. - Ela riu me fazendo rir também.

- Sempre que a galera de malhação se junta acontece às coisas mais inusitadas do mundo. – Manu disse assim que parou de rir.

- Fato!

- Gi, valeu pelo café, mas eu preciso ir agora, tenho que fazer umas coisas ainda hoje.

- Você não quer nem comer alguma coisa?

- Não, valeu. Estou de boa, vou me arrumar rapidinho e preciso ir.

- Ok. – Eu respondi tentando não parecer chateada.

  Ela estava fugindo de mim, eu podia sentir.  Era exatamente esse tipo de coisa que eu queria evitar... Era exatamente essa dor no peito de um coração que começa a se rachar sem motivo algum que eu não queria deixar acontecer.

  Quando Manu estava pronta, ela veio até a cozinha se despedir de mim e eu a levei até a porta, ela me beijou suavemente o rosto e se foi.

***

  O dia passou rápido, mas para mim, era como se as horas demorassem a passar, porque desde hoje de manhã, eu estava sentindo como se algo decisivo fosse acontecer hoje e eu não sabia dizer o que era, mas eu sentia doer.

  Buscando afastar os pensamentos negativos de minha mente, eu resolvi me preparar para a balada, porque essa noite seria minha, eu iria dançar até toda essa sensação de desconforto sumir.

  Eu tomei banho e me perfumei, coloquei minha calcinha de renda preta, coloquei minha saia preta desigual, que era comprida de um lado e bem curta do outro lado, deixando uma de minhas pernas mais à mostra, coloquei uma blusa frente única estilo metalizado cor de grafite, uma sandália preta de salto agulha que se prendia ao meu tornozelo de maneira delicada. Meu cabelo estava ondulado, meio preso e meio solto, meus olhos perfeitamente delineados em preto.

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