Capítulo 22- Henri

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    03:17...
Ela começou a chorar, espio por cima do ombro e vejo que meu moreno dorme profundamente. Suspiro, uma bomba poderia cair que ele não acordaria. Me levanto da cama tendo o cuidado de o deixar coberto e vou ao quarto da Mariana a passos lentos. 

- O que houve, baby?- caminho até o berço branco mas paro olhando a pequena. 

Ela esta dormindo. Virando de um lado para o outro e resmungando no sono, soluçando como uma verdadeira bebezinha. 
Que noite, primeiro o Nate agora a Nana.

Me inclino sobre o berço e a pego no colo, a ninando e tentando acalma-la. 

- Shii, tudo bem agora. É apenas um pesadelo. 

Ando de um lado para o outro no quarto tentando fazer a pequena se acalmar. 

- P-pu favo... Juda...

Me sento na ponta da poltrona. 

- O quê, quem esta te perturbando bebê?- ela segurou minha camisa com força, seu rostinho encharcado de lágrimas.

-N-não... pu favo.

-Fala pro Daddy, quem é o desgraçado?-Me irrito, levantando rápido e a acordando.

- Pala!!- ela grita assustada abrindo os olhos.

 A abraço a ninando e ela se agarra na minha camisa, chorando. Acho que entendo um pouco o apego que o Nate sente por ela, esse choro é de partir o coração.
Suspiro, ela é tão frágil e mesmo assim, mesmo assim...

-Daddy?

Respiro fundo tentando esvaziar minha mente.

-Esta tudo bem, baby. Com o que você estava sonhando?

Ela funga, olhando para baixo abatida. Quando ela vira o rosto consigo ver uma pequena cicatriz próxima aos seu olho esquerdo. Franzo as sobrancelhas e levanto um pouco seus cabelos vendo outras cicatrizes perto da orelha.

-Nana...- Não preciso perguntar, da pra ver nos olhos dela, não vou faze-la reviver isso.

Como um homem pode bater no rosto da própria filha? Não, ele é um animal. Noto que ela esta tremendo um pouco e deito sua cabeça no meu ombro, passando a mão por suas costas.

-Esta tudo bem, não precisa mais ter medo. Estou aqui, nós estamos.

-Nós?- Concordo.

-Eu e o Nate.- O homem mais incrível e forte do mundo, eu nunca teria ido atrás dela se não fosse por ele.

Ficamos assim em silencio durante um tempo até que um pequeno trovão soa no quarto.

- T-to cum fome... - presto atenção na pequena voz e sorrio. 

- O Daddy vai preparar algo pra você. 

Desço as escadas com ela no colo e a ponho no cadeirão, antes de me afastar a pequena segura na minha camisa.

- Não, tem medo...- Sorrio de canto e a pego de novo. 

Ok, não sei cozinhar. E a sopa salgada do Nate esta fora de questão, a única coisa que posso fazer é uma mamadeira, preparo tudo e voltamos para o quarto. A pequena estava com tanta fome que não resistiu e tomou todo o leite, segurando minha mão, impaciente.

- Calma princesa, não vá engasgar. 

Enquanto ela mama eu observo sua mãozinha, tão pequena, tão magra... E se o Nathaniel não me convencesse a seguir aquele carro? E se não tivessemos visto o homem bebado com uma garrafa de vidro? E se não notassemos que ela estava drogada, que aqueles homens não eram conhecidos... que aquele não era um comercio normal?

Coço meu pulso por dentro da camisa distraidamente, os curativos ainda ali desde aquele dia. E se meu sangue não tivesse esquentado e eu não agisse sem pensar?

Olho para a menina tão pequena no meu colo, tão magra e ainda cheia de cicatrizes e antigos ematomas pelo corpo tão pequeno. Sera que ela estaria aqui?

Ela segura minha mão sonolenta e me olha com os seus olhinhos castanhos claro. Levo ela para o quarto a deitando entre mim e Nate e puxando esses dois seres que precisam tanto da minha proteção. Por hoje tudo bem, não quero que ela tenha mais pesadelos, não quero ter mais nenhum também...

Daddy's PrincessOnde histórias criam vida. Descubra agora