Londres, Inglaterra — 23:26hrs.
Owen Mangor, grande empresária, se preparava para dormir. O cansaço do dia inteiro em meio à papéis começava a bater de verdade. Seus trinta e poucos anos — beirando nos quarenta — não a ajudavam muito, fazendo as malditas dores aparecerem; dores de horas em pé em cima de saltos finos e enfiada naquelas roupas sociais apertadas — as quais valorizavam seu corpo, deixando suas curvas à mostra... Dando-lhe alguns anos a menos.
Juntou todos os seus papéis e preparou-se para deitar-se em sua cama; estava sozinha.
Seus filhos estavam com o ex-marido, seu gato... Bem, seu gato estava enfiado em uma outra gata pela rua.
Deu ombros e aconchegou-se debaixo de seus cobertores quentinhos e macios, fechou os olhos com força tentando fazer seu corpo relaxar.
Owen estava quase pegando no sono quando sentiu algo gélido tocar seu rosto.
Abriu os olhos assustada, dando de cara com a figura de um homem — que não dera para ver muito bem seu rosto por causa da escuridão e por estar sem óculos — extremamente assustadora segurando uma faca e tocando-a em seu rosto.
Sentou-se na cama desesperada, na intenção de se levantar e correr na esperança de encontrar ajuda. Mas o homem fora mais rápido e segurou-a com a mão livre, jogando-a sobre a cama novamente.
Owen tinha o rosto pálido de medo, seu corpo tremia por inteiro; cada partezinha, sem exceções.
— Hora de dar tchau, senhora Mangor — o homem sussurrou dando um sorriso malicioso.
Um grito de pavor escapou dos lábios de Owen.
E, então, toda a cama fora preenchida por sangue.
Sangue de Owen Mangor.
Ela fora assassinada em sua própria casa, às 23:45.