Capítulo 2

8.8K 771 372
                                    

CAPÍTULO 2 - ESPECIAIS?

- Precisamos ir! - Newt gritou para a garota, levantando-a.

Brooklyn olhou ao redor, ainda estava dentro do helicóptero, mas além dela, estavam Newt, que a segurava, e Minho que tentava acordar a Thomas. A garota sentiu-se preocupada, pois o garoto não acordava, mesmo com todo o barulho a sua volta e com Minho o chacoalhando. Ela tentou ir até eles, mas Newt a puxou.

- Minho está com ele! - Newt gritou a Brook, enquanto a arrastava - Precisamos ir!

Brook somente desistiu da ideia de ir até Minho e Thomas, quando o garoto, finalmente, havia acordado. A menina pulou para fora do helicóptero, sendo seguida por Newt e percebeu que já havia escurecido.

Eles estavam em frente para novos muros, dessa vez, menores que os do labirinto. Ao redor, mesmo durante a noite, ela ainda conseguia ver as montanhas de terras que as rodeavam e nada além disso.

Um dos homens de preto se aproximou correndo deles e gritou para que corressem atrás dos outros. Brooklyn olhou em direção aos barulhos dos disparos e notou que outras pessoas, além dos homens de preto e dos antigos moradores da Clareira, corriam em direção a eles, mas eram os alvos das balas.

Newt puxou Brooklyn pelo braço, incentivando-a a correr e a garota assim fez, logo ultrapassando o garoto e o homem de preto. Brook observou Winston, Tereza e Caçarola correndo mais a frente, mas ainda assim, as pessoas que levavam os tiros que chamava sua atenção. Por que os homens de preto não atiravam neles? Será se era porque eram especiais? O que ela tem de especial?

Brooklyn olhou melhor para os muros a sua frente, queria se certificar de que ela, seus amigos e Tereza não estavam indo para uma nova Clareira e só então notou que não eram apenas muros, era um grande prédio e isso a aliviou por alguns instantes.

Ela e Newt correram em direção ao prédio e só pararam quando passaram pelo portão de entrada, que começavam a se fechar, Brook olhou para trás, percebendo que Minho e Thomas já os alcançavam. Newt puxou a menina pelo braço, para que ela se afastasse da porta e Minho e Thomas entrassem sem a atropelar. Thomas olhou para fora, tentando entender o que acontecia daquele lado.

Quando as portas se fecharam, Thomas se aproximou de seus amigos e todos olharam em volta, analisando o local em que estavam. Havia outras pessoas além deles; homens e mulheres que andavam rapidamente de um lado para o outro, sem dar a mínima atenção para o grupo de adolescentes.

- Que lugar é esse? - Winston perguntou aos amigos, mas ninguém soube responder.

O grupo continuava a analisar tudo a sua volta, curiosos. Que aquele era o fim do labirinto, eles sabiam, mas seria ali que o futuro deles iria acontecer?

Brooklyn agarrou forte a mão de Thomas. Sempre esteve acostumada com a Clareira, apenas com seus amigos, sem nenhum adulto, sem muito espaço para separá-los; Brook sentia medo do que poderia acontecer agora.

Um grupo de quatro homens, daqueles vestidos de preto, que haviam os levados até ali, se aproximaram rapidamente, gritando com os adolescentes e os empurrando. Brooklyn se manteve agarrada a mão de Thomas e sentiu a mão de Newt em suas costas, incentivando-a a andar.

Eles foram empurrados até um corredor e forçados a entrar em uma sala e sem nenhum tipo de informação, foram trancados naquele lugar. Na sala, de frente para a porta, havia uma mesa extensa, cheia de comidas que pareciam maravilhosas, só então Brooklyn percebeu que estava com fome. O grupo se manteve estático, apenas a admirando, até que Minho gritou:

- Comam!

Os setes avançaram sobre a mesa e agarraram, com as mãos mesmo, os pãezinhos e pedaços do frango, alguns arriscaram até misturá-los com algumas frutas.

Depois do tanto que haviam comido, os antigos Clareanos se sentaram/deitaram ao chão ou sobre outras mesas e sacos de farinha que havia pelo local. Brooklyn se deitou em uma mesa, a qual dividiu com Minho.

Ela não sabia há quanto tempo estavam ali, mas o fato de estar de barriga cheia, o silêncio da sala e por ainda estar cansada da fuga do labirinto, fez com que, aos poucos, seus olhos fossem se fechando e ela adormecesse novamente.

Brooklyn acordou com o barulho da porta de aço se abrindo, ela se sentou rapidamente na mesa, enquanto todos os outros já estavam de pé e encaravam a porta, esperando pela próxima surpresa.

A porta foi aberta por um homem, ele estava armado e encarou os adolescentes por um tempo, então andou para o lado, dando espaço para outro homem, um pouco mais baixo, mas melhor trajado, que sorriu ao passar pela porta.

- Vocês estão bem? - O homem perguntou. Os adolescentes se aproximaram dele, a ponto de ficar apenas dois metros de distância do homem - Peço desculpas pela confusão, nós passamos por um enxame.

- Quem é você? - Brook perguntou, passando por entre os meninos e parando ao lado de Thomas, a frente do grupo.

- É por minha causa que estão vivos - O homem respondeu sorridente - E eu pretendo mantê-los assim. Venham comigo, nós vamos ajeitar vocês.

O homem se retirou da sala. Brooklyn olhou para Thomas e se encararam por rápidos segundos, depois ambos olharam para trás, para o restante do grupo e eles concordaram com a cabeça. Os antigos Clareanos saíram da sala e se depararam com o homem no fim do corredor, esperando-os. Logo que eles se aproximaram, o homem voltou a andar.

- Podem me chamar de senhor Janson! - O homem disse, começando a andar - Sou o administrador. Pra nós, isso é um santuário a salvo dos horrores do mundo lá fora.

Enquanto o seguiam, os adolescentes podiam notar homens construído projetos, entre outras coisas, ao redor, como se fosse um tipo de armazém.

- Vocês devem vê-lo como um abrigo! - Continuou Janson - Como uma casa entre casas!

- Vai levar a gente pra casa? - Thomas perguntou.

- Por assim dizer! - Janson respondeu - Pena não ter sobrado muito de onde tenham vindo! Mas nós temos um lugar para vocês, um refúgio fora do deserto! Onde o C. R. U. E. L. nunca mais vai achá-los! Gostam da ideia?!

Brooklyn havia gostado da ideia, mas algo a incomodava no fundo do peito, algo que ela não sabia dizer o que era.

- Por você está ajudando? - Minho perguntou.

- Digamos que o mundo lá fora está em uma situação muito precária - Janson respondeu - Estamos todos pendurados por um fio muito fino! O fato de crianças serem imunes aquele vírus maldito, faz de vocês serem a maior chance de sobrevivência da humanidade.

Brooklyn percebeu que eles haviam saído do local barulhento onde fazia as construções e haviam entrado em uma área mais calma e silenciosa.

- Infelizmente, isso torna vocês alvos! - Continuou o homem - Como, sem dúvida, vocês já notaram.

O homem parou em frente a uma grande porta e tirou um cartão do bolso da jaqueta, olhando para trás, para os Clareanos, e lançando mais um sorriso contente.

- Atrás dessa porta, está o começo da vida de vocês - Jason disse.

O homem passou o cartão em uma máquina, que havia ao lado da porta, e essa mudou da cor vermelha para verde.

Brooklyn se lembrou de estar dentro de um túnel; de verdugos correndo na sua direção e de seus amigos; se lembrou do painel, que Chuck estava parado em frente, mudar da cor vermelha para verde.

A porta deslizou para cima, dando a visão de um enorme corredor branco, Janson bateu uma palma solitária e se virou para os adolescentes novamente, dizendo:

- Mas para iniciar, vamos dar um jeito nesse cheiro.

Scorch Trials and Burning Love [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora