CAPÍTULO 2 - LAR
Os meninos foram levados para um corredor as meninas levadas para outro, recebendo roupas limpas e toalhas de uma mulher.
- Houve um problema no encanamento do banheiro feminino - A mulher avisou a elas - Tem o banheiro dos funcionários, mas apenas uma poderá tomar banho por vez, então quem vai primeiro?
- Pode ir, Tereza - Brooklyn disse, agarrada as suas novas roupas e toalha - Eu vou depois.
Tereza concordou com a cabeça e acompanhou a mulher de jaleco até o banheiro. Brooklyn respirou fundo, se encostou na parede e escorregou lentamente até o chão.
A garota sentiu-se incomodada com o silêncio ao redor, estava sozinha, alguns homens e mulheres passavam pelo corredor, a olhavam, mas a ignoravam.
Brooklyn se recordou de como era difícil ficar sozinha na Clareira, não havia lugar onde não tinha nenhum dos meninos para lhe fazer companhia e mesmo quando podia ficar sozinha em sua cabana, ela preferia ter a companhia de alguns deles, principalmente de Cedrico.
Cedrico...
Brooklyn ainda não podia aceitar o fato dele não estar ali, do outro lado do corredor, tomando banho em um chuveiro de verdade, com os restantes dos meninos. A garota não podia aceitar o fato de seu melhor amigo ter chegado tão perto de sair do labirinto, mas não ter tido essa chance, porque Newt havia desistido de tentar ajudá-lo.
"O mundo não existe, de fato, Drico", a Clareana sorriu ao pensar na resposta para aquela dúvida que eles sempre tiveram.
Brooklyn sentiu os seus olhos queimarem e se encherem de lágrimas, então respirou fundo e fechou, com força, os olhos, abaixando a cabeça entre os joelhos. Ela não podia chorar, não podia deixar aquelas pessoas desconhecidas, que passavam pelo corredor, saber que era fraca.
Depois de minutos de espera, Tereza apareceu no corredor, junto com a mulher, se aproximaram de Brooklyn que conseguia sentir o cheiro doce do sabonete que Tereza havia usado.
- Sua vez - Tereza informou.
Brooklyn assentiu com a cabeça e se levantou, seguindo a mulher de jaleco até o banheiro dos funcionários.
- O restante das coisas já estão aí - A mulher informou - Lave seu cabelo e escove os seus dentes. Pode demorar o tempo que precisar, mas ainda vamos fazer alguns exames em vocês, se não quiser ir se deitar muito tarde, eu recomendaria que não enrolasse.
Brooklyn assentiu com a cabeça e entrou no banheiro. Enquanto se despia, sentia todo o seu corpo dolorido e tenso; notava, pela primeira vez, a ardência de novos cortes e sentia o incômodo dos antigos.
A garota se olhou no espelho que havia sobre a pia. Cuidadosamente, tirou do meio dos seus cabelos, o curativo que devia estar na testa e sobre seus seios inchados e doloridos, o curativo que devia estar centímetros acima.
Ainda se observando no espelho, Brooklyn observou o próprio rosto, estava suja e cansada, sentia-se triste, aborrecida, traída e se perguntava se algum dia esses sentimentos teriam fim.
Brooklyn se arrastou para baixo do chuveiro e o ligou, deixando que a água caísse sobre sua cabeça e escorresse pelo seu corpo até o chão, torcendo para que essa água, além de sua sujeira, levasse sua dor também. Não só a dor física como a emocional.
Ela sentia muito por seus amigos. Sentia por Alby, Chuck, Cedrico, Gally, Zart, Jeff, Clint, JP, Ben... Sentia por todos eles.
Sem conseguir se conter mais e mesmo estando sozinha, Brooklyn ajoelhou-se no chão, ainda de baixo do chuveiro, e chorou baixinho, pois não queria correr o risco de ser escutada pelo lado de fora.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Scorch Trials and Burning Love [2]
Teen FictionNem todos haviam saído da Clareira, nem todos haviam sobrevivido ao labirinto e Brooklyn sentia muito por isso. Ela estava desapontada consigo mesma, por deixar isso acontecer, mas havia escolha? Para ela não, mas para Newt sim e ele havia escolhido...