CAPÍTULO 16 - CURVAS
— Vamos — Disse Thomas, andando em direção ao que antes deveria ter sido uma bela cidade.
— Espera aí, Thomas — Caçarola disse — E se aparecer mais daquelas coisas?!
— A é, os Cranks! — Minho disse, se virando para Brooklyn — De onde tirou isso?
— Janson disse que se o clima não nos matasse, os Cranks matariam — Brooklyn deu de ombros, voltando a andar em direção aos destroços da cidade — O clima nós sabemos o que é. Aquelas coisas não pareciam querer conversar, então deduzi. Se virmos alguns deles outra vez, faremos o possível para nos esconder, caso não der, corremos até conseguir! Pode ser?!
Todos concordaram e prosseguiram. Quanto mais entravam na cidade, mais curiosos e assombrados ficavam ao ver os destroços por todos os cantos.
Prédios, lojas, ruas. Tudo a mais pura ruína.
— O que será que aconteceu? — Caçarola perguntou.
— Eu não sei — Newt respondeu — Mas parece que ninguém vem aqui há muito tempo.
— O sol — Brooklyn respondeu confiante.
Ninguém a questionou e Brooklyn imaginou que todos se lembravam do que Ava Paige havia dito.
Madilta, Ava Paige!
— Tomara que o mundo todo não esteja assim — Winston disse por fim.
— Espera ai! Para! — Thomas disse preocupado e todos se viraram para olhá-lo — Estão ouvindo isso?
Os adolescentes apuraram a audição e conseguiram ouvir as hélices de helicópteros que se aproximavam.
— Se escondam! — Brooklyn gritou.
Eles começaram a correr. Brooklyn, na frente de todos, sentiu o corpo ser puxado para o lado e correu para debaixo de um destroço, junto com a pessoa.
Newt respirava rapidamente, olhando para os lados, parecia que entraria em pânico. Medo. Brooklyn sentiria isso também, se não tivesse tão focada em olhá-lo. A expressão assustada, o corte no bochecha da fuga do Labirinto, tudo fazendo com que ela sentisse um enorme desejo de ajudá-lo, de desviar sua atenção.
A garota levou as mãos ao rosto de Newt, obrigando-o a olhá-la. Newt acalmou-se, mudando o foco, notando Brooklyn se aproximar vagarosamente, enquanto o encarava nos olhos.
Apesar das circunstâncias, Newt não evitou sentir-se feliz no íntimo do peito; Brooklyn iria beijá-lo e a iniciativa era dela, mesmo depois da promessa que haviam feito, mas a lentidão da garota ao aproximar-se parecia durar uma eternidade. Quando estavam a menos de um palmo para juntarem os lábios, Newt percebeu Brooklyn olhar por cima de seu ombro e escorregar as mãos, afastando-se.
Havia um tempo que não o via e sentiu o coração latejar de saudades ao ver Cedrico novamente, mesmo que com o sangue o cobrindo por completo. O desejo de beijar Newt fez Brooklyn se sentir culpada. Culpada por brincar com os sentimentos de Cedrico e, principalmente, com os de Newt.
Os barulhos dos helicópteros vieram e partiram e Brooklyn não soube o que dizer, queria se desculpar, mas não sabia como.
— Newt! Brooklyn! — Ouviram Thomas chamar — Estão bem?!
Os dois saíram debaixo do destroço e, com os amigos, analisaram o céu, na direção em que dois helicópteros e uma grande nave se foram. Thomas aproximou-se rapidamente de Brooklyn e a abraçou apertado, fazendo com que a garota perdesse o ar.
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Scorch Trials and Burning Love [2]
Teen FictionNem todos haviam saído da Clareira, nem todos haviam sobrevivido ao labirinto e Brooklyn sentia muito por isso. Ela estava desapontada consigo mesma, por deixar isso acontecer, mas havia escolha? Para ela não, mas para Newt sim e ele havia escolhido...