CAPÍTULO 7 - "SAIR DO CONTROLE"
A enfermeira acompanhou Brooklyn de volta ao quarto e assim que ela se foi, Brooklyn se deitou em uma das camas, implorando mentalmente para que Thomas já estivesse de volta em seu quarto, longe de qualquer perigo.
Imaginando o dia que teria dali algumas horas, Brooklyn se perguntou em qual momento poderia discutir o assunto com o garoto. Sem perceber, a garota dormiu em poucos segundos, graças a ajuda da enfermeira que nem sabia o nome.
Brooklyn acordou com batidas nas portas, lançando uma rápida olhadela para o relógio, viu que eram apenas 06:50 da manhã. Ajeitando o rosto, roupas e cabelo, a garota abriu a porta e viu Brigitte para ali.
- Bom dia, Brooklyn - Brigitte disse e a garota apenas assentiu como resposta - Nossa aula começara dentro de vinte minutos, se arrume. Daqui alguns minutos, um guarda virá até aqui para te acompanhar a minha sala.
Brooklyn assentiu novamente e Brigitte foi embora. De volta ao quarto, a garota escovou os cabelos, os dentes, lavou o rosto e trocou de roupa, por uma nova, mas extremamente parecida com a que usava.
O guarda já estava a sua porta fazia quinze minutos, quando Brooklyn terminou de se arrumar e voltou para o corredor. Eles não trocaram nenhuma palavra durante a trajetória.
Quando Brooklyn entrou na sala de Brigitte, se deparou com cerca de dez meninas e cinco meninos e percebeu que Brigitte havia passado a informação errada a ela no dia anterior.
- Agora sim, estão todos aqui - Brigitte disse animada, em frente a todos - Eu resolvi dar essa aula a vocês, pois percebi que muitos tem dúvidas do que é menstruação e alguns até não sabia o que isso era. Fico feliz de conseguir dar essa aula a meninos também, pois eles também precisam ter consciência do que é menstruação.
A aula continuou por mais três horas. Brooklyn se perguntou o quanto mais havia para se falar sobre o assunto e o quanto menos gostaria de saber sobre ele, não por ser nojento ou algo do tipo, ela havia menstruado ontem e já sentia a normalidade daquilo, mas a aula havia terminado no assunto sexo, o que era algo totalmente novo para Brooklyn.
Repensando no tempo que viveu com quase cinquenta garotos, Brooklyn sentiu a inocência ir morrendo aos poucos, se lembrando de muitas atitudes estranhas que os meninos tinham perto dela.
A garota finalmente entendeu porque Alby nunca a deixara dormir com os garotos, o porquê de não gostar da blusa de alcinhas, o porquê de não deixar que ela e os garotos se relacionassem e várias outras coisas. Estudando sobre menstruação, hormônios e sexo, Brooklyn finalmente entendeu o que Alby quis dizer com "sair do controle".
Mas Alby estava errado ao proibir ela de fazer as coisas, Brooklyn nunca havia visto maldade nas coisas que os meninos faziam, eles é quem pensavam maldade. Era os meninos que deviam ser educados para respeita-la e não Brooklyn que tinha que se vestir de maneira correta e se comportar.
- Brooklyn! - Brigitte a chamou - Está tudo bem? A aula já acabou.
- Sim, desculpe - Brooklyn respondeu - Estava só... pensando!
- Eu percebi enquanto dava aula - Brigitte disse, com um sorrisinho malicioso - Principalmente quando entramos no assunto hormônios e eu expliquei o que acontecia. Já aconteceu dos seus hormônios aflorarem? Não precisa responder se não quiser, mas imagino que possamos ser amigas.
Brigitte realmente havia pegado Brooklyn no momento em que estava mais absorta na aula. Quando Brigitte começou a falar sobre os hormônios e o que acontecia, a garota se lembrou do seu primeiro beijo com Newt.
Eles cortaram o primeiro beijo, em busca de ar, mas não separaram seus corpos, muito menos afastaram seus rostos. Newt desviava o olhar dos olhos de Brooklyn para a boca da garota e ela o seguia.
Newt, então, a prensou no pilar que ele estivera encostado minutos antes e apertou mais a cintura da garota, puxando levemente seus cabelos. Eles ficaram se encarando por demorados segundos, o peito de Brooklyn descia e subia, assim como o dele, mas ela não sabia responder se ainda estavam assim pelo beijo, ou pela sensação que crescia dentro dela e dele também, pois sentia o corpo de Newt esquentar cada vez mais.
A garota arranhou a nuca de Newt e o puxou para beijá-lo novamente, dessa vez, a intensidade havia aumentado e Brooklyn sentia, não só o corpo de Newt esquentar, como o dela também.
O garoto a puxou pela cintura, dando impulso para que ela o abraçasse com as pernas e a prensou mais com o seu corpo. Os lábios de Newt desceram para o pescoço de Brooklyn e ela sentiu-se esquentar mais. A garota sentiu um volume na calça de Newt e imaginou ser seu canivete, mas não se importou.
Um gemido involuntário saiu da boca de Brooklyn e Newt se afastou minimamente, deixando com que os pés da menina voltassem ao chão, voltando a beijá-las nos lábios, dessa vez com mais calma. Brooklyn não queria deixar de beijá-lo e quando Newt tentou afastar seus lábios, ela o acompanhou, mas o garoto se afastou mais.
- Newt... - Brooklyn choramingou.
- Desculpe - Newt disse, beijando o dorso das mãos da garota - Mas acho melhor não. Não agora.
Brooklyn nunca entendeu o que ele quis dizer com aquilo e nem nunca soube o que aconteceria se não tivessem parado de se beijar, mas agora a garota sabia e entendia. Eles transariam. Ou, como Brigitte disse que acontecia quando duas pessoas se gostavam demais, eles fariam amor. (E o volume não era... Bem... O canivete)
Foi como se Brooklyn tivesse acordado de um sonho quando se lembrou que Newt havia deixado Cedrico para morrer. A garota sentiu a raiva crescer no peito, como havia sido capaz de deixar a emoção a levar desse jeito?! Como pensou em amor e em Newt?!
Brooklyn olhou para a mulher sorrindo a sua frente, mas estava irritada e chateada demais para jogar conversa fora.
- Desculpe - Brooklyn pediu, se levantando e caminhando em direção a porta - Mas não quero conversar agora.
- Tudo bem, Brooklyn - Brigitte disse, se levantando também - Então só me escute, ok? É importante!
Brooklyn parou a alguns passos da porta e olhou para trás, para Brigitte, imaginando o que de importante a mulher teria para lhe dizer. A enfermeira esfregou as mãos no jaleco e respirou fundo antes de começar a falar:
- É sobre o que você e Dan conversaram. A proposta que ele a fez - Brooklyn continuou a encarar a enfermeira, se sentido mais irritada - É muito importante que você não diga nada aos seus amigos, de verdade, ou eles sofrerão problemas graves. Nós não seremos compreensíveis quanto a isso - Brooklyn assentiu minimamente com a cabeça - Sabe onde é minha sala agora, está convidada a voltar. Acho que seremos ótimas amigas!
- Ah não - Brooklyn disse, sorrindo ironicamente - Ninguém que ameaça meus amigos é minha amiga também.
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hellooooo
gente, desde quando eu escrevi o capítulo do primeiro beijo deles, eu fiquei ansiosa para que vocês lessem essa "continuação" rsrs
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Scorch Trials and Burning Love [2]
Teen FictionNem todos haviam saído da Clareira, nem todos haviam sobrevivido ao labirinto e Brooklyn sentia muito por isso. Ela estava desapontada consigo mesma, por deixar isso acontecer, mas havia escolha? Para ela não, mas para Newt sim e ele havia escolhido...