Capítulo IV - MALU

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Eu não entendia o porquê de muitas coisas.

O porquê de estar presa nesse hospital. O porquê de ser privada de comida. O porquê de ter minha cabeça raspada quinzenalmente. O porquê de não ter a menor perspectiva de sair desse lugar.

Talvez isso tivesse algo a ver com a minha falta de memória.

Eu passava boa parte do tempo na cama, pois a falta de comida me deixava tonta. Todos os dias eu me olhava no espelho e via minha imagem definhando aos poucos e eu não sabia até quando aguentaria isso.

Eu devia ser grata por ter algumas torradas na minha porta esta manhã. Alguém nesse lugar parecia gostar de mim e eu queria saber quem era para poder agradecê-lo.

Aproveitei o breve instante de disposição, após comer as torradas, e segui até a janela. Ela era soldada a parede. Talvez alguém temesse que eu me jogasse dela, caso ela abrisse. Contentei-me em apenas observar através dela.

Um pássaro cinza azulado parecia me observar na soleira. Podia ser apenas coisa da minha cabeça, mas tinha a impressão que esse pássaro sempre estava aqui. No fundo eu sabia que tudo não passava da minha imaginação me pregando peças. Acho que ela fazia isso para que eu não enlouquecesse de vez.

Ela vivia me pregando peças, mesmo. Como quando ela me lembrava de rostos de pessoas que eu não conhecia. Às vezes eu me perguntava se essas pessoas eram reais e, se fossem, onde elas estariam. Talvez mortas. Ou apenas tenham me abandonado.

Voltei para a cama, pois o quarto começava a girar. Este seria mais um dia longo.

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Malu está em situação de miséria (literalmente), coitada. Algum palpite sobre o que vai acontecer?

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Beijos e até quinta *-*


As Últimas Cobaias - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora