Capítulo XIX - ZECA

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Zeca aceitou conversar com a tal Fernanda, mesmo a contragosto.

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- Obrigada por me ouvir – disse ela, assim que nos sentamos em uma mesa.

Escolhi uma lanchonete que ficava quase em frente a fábrica, assim eu não perderia tempo.

- O que exatamente você quer de mim? - perguntei.

- Na verdade eu estou fazendo um trabalho de escola e...

- Você quer que eu acredite nisso? - interrompi-a, erguendo uma sobrancelha.

- E por que não?

- Você não está meio velha pra isso?

Não precisava ser nenhum gênio para entender que aquela historinha dela era a maior mentira. Ela deve ter me subestimado por pensar que eu acreditaria que uma mulher que claramente aparentava ter quase vinte anos, ainda estava no ensino médio.

- Olha só, Zeca – tornou, apoiando os cotovelos sobre a mesa e entrelaçando os dedos. - Eu sou estudante de jornalismo, então minha história é verdadeira, sim. Eu estou fazendo meu TCC e queria investigar aquele hospital.

- E o que te faz pensar que eu conheço alguma coisa sobre aquele lugar? - perguntei, imitando a sua postura.

- Uma fonte confiável me assegurou que você é uma das pessoas que conseguiu escapar de lá.

Um arrepio percorreu minha espinha. Como alguém saberia que eu escapara de lá? Talvez eu não estivesse tão seguro quanto eu pensava.

- E quem é essa pessoa? - tornei, tentando não demonstrar minha insegurança.

- Eu não vou te falar – respondeu, sem perder a pose.

- Tudo bem – levantei-me da minha cadeira. - Neste caso não tem nada que eu possa fazer por você, Fernanda. Boa sorte na sua busca.

Caminhei até a porta, quando senti seu braço me segurando.

- Calma, Zeca. Espera - pediu, desta vez parecendo bem menos soberba do que antes. - Eu sei o que acontece naquele lugar e o quão perigosa aquela gente é. Eu não posso te dizer quem é essa pessoa, mas o que importa de verdade é que eu preciso muito da sua ajuda.

Continuei a encarando sem saber se eu devia ou não acreditar nela. Minha razão me dizia que era melhor esquecer esse assunto e fingir que eu não sabia de nada, mas quando foi que eu ouvi a minha razão mesmo?

- Eu só vou dizer alguma coisa se você me disser quem é essa pessoa – avisei. - Eu preciso ter certeza que você não está do lado deles.

Ela me puxou pelo braço até a nossa mesa e nos sentamos novamente. Ela parecia um pouco desesperada agora e eu não conseguia entender porquê.

- O que eu vou dizer agora é ultra confidencial, entendeu? - começou, abaixando o tom e voz. - Minha mãe era uma das enfermeiras daquele hospital. Ela trabalhou lá só por alguns meses. Assim que ela soube que aquele não era um hospital convencional, ela ficou apavorada e pediu demissão no mesmo dia.

- Sua mãe trabalhou lá? - insisti.

- Sim. E ela me contou sobre a fuga de um dos internos – explicou. - Esse era um assunto guardado a sete chaves, mas haviam vários boatos sobre esse garoto. Um garoto sem braço, igual a você. E a idade bate. É por isso que eu acho que esse garoto é você, Zeca.

Concordei com um aceno de cabeça. Eu ainda não tinha decidido se confiava nela ou não, mas sua história me parecia um tanto verídica.

- E se esse garoto realmente for eu? O que você quer fazer? - indaguei.

Ela se aproximou ainda mais de mim – e para isso, precisou quase se debruçar sobre a mesa – e disse:

- Se o que a minha mãe me contou sobre o que acontece naquele lugar for verdade mesmo, eu quero denunciar esse lugar.

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E aí? O que me dizem a respeito desse encontro?

Vocês já viram o ranking de Ficção Científica hoje? Acho que o Wattpad tá mais louco que o Robocop na chuva. Não vou ne falar nada, mas olhem lá kkkkkkk

Beijinhos e bom final de semana :*


As Últimas Cobaias - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora