Capítulo CLX - TONHO

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Eu já tinha me transmutado em um rato uma vez e posso dizer que não senti a menor saudade de ver tudo de baixo, andar tão devagar que chega a ser ridículo e, é claro, de ter que passear pelos dutos imundos dessa porcaria de lugar. Isso para não mencionar o medo que eu estava sentindo.

Segui andando a passos lentos pelo duto, que parecia interminável, na direção da sala em que a Malu estava. Eu disse para eles que eu conseguiria distrair a mulher, mas eu ainda estava pensando como, quando bati com força em uma parede invisível. Não demorou até eu perceber que a tal parede se tratava de um campo de força e que seria impossível colocar nosso plano em ação.

Voltei o mais rápido possível para a sala onde a Sara e o Zeca estavam.

– O campo de força está protegendo os dutos também – expliquei. – Não tem como entrar lá.

Sem saber o que fazer, retornamos para o corredor, onde a Helô seguia na nossa direção, acompanhada do Bruno, da Flávia e das crianças.

– Eu preciso falar com a Malu – disse o Bruno, esbaforido. – Eu acho que descobri o que a Vera quer.

Ninguém respondeu nada. Quem teria coragem de contar a ele o que realmente tinha acontecido? É claro que não seria eu.

– Nós estamos tentando resgatá-la das mãos daquela mulher – explicou a Sara, depois de ver que nós dois não falaríamos tão cedo.

Então ele fitou o Zeca com raiva e, antes que a gente pudesse fazer qualquer coisa, ele já estava o segurando pela camiseta.

– Você só tinha que cuidar dela! – Esbravejou, com ódio. – Nem isso você consegue fazer, seu inútil.

– Era o que eu estava fazendo quando aquela mulher jogou uma cadeira contra a minha cabeça – explicou ele, sem abaixar a cabeça. – E enquanto você está dando esse ataque sem sentido, ela está lá presa.

– Vocês não acham que nós estamos encrencados demais para perder tempo com esse tipo de ciúme bobo? – indagou a Flávia, revirando os olhos. – Depois que essa toda droga acabar vocês podem se matar, que eu não dou a mínima, mas agora foquem no plano!

Os dois ainda ficaram se encarando por algum tempo, antes de finalmente largar a camiseta do Zeca. Ele se encaminhou até a porta onde a Vera mantinha a Malu e bateu nela com o punho fechado.

– Abre logo essa porta – gritou. – Nenhuma reunião de família começa sem a minha presença.

Para espanto de todos a porta se abriu. 

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Bruno, o rei da p*rra toda!!

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Beijo

As Últimas Cobaias - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora