Capítulo CXXVII - TONHO

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Abri os olhos, assustado. Eu não estava na minha cama e demorei alguns instantes para me dar conta do que tinha acontecido. Quando eu finalmente lembrei, meus lábios se converteram num sorriso enorme. Sem sombra de dúvidas essa tinha sido a melhor noite da minha vida, superando o natal que eu ganhei um videogame quando tinha seis anos, e a primeira noite que eu dormi longe do hospital.

A Sara estava dormindo desajeitada ao meu lado. Seus braços enlaçavam a minha cintura e suas pernas estavam apoiadas sobre as minhas. Eu desejava poder ficar assim com ela o dia inteiro, mas sabia que a Suzana não ia ficar nada satisfeita se nos pegasse juntos.

Ainda estava escuro, mas eu podia apostar que não ia demorar nada para o sol começar a despontar em algum lugar, então tentei me desvencilhar da Sara o mais delicadamente possível e voltar para o meu sofá, antes que eu tivesse problemas. Assim que me mexi, a Sara ergueu a cabeça assustada. Sorri em resposta e vi seu semblante se iluminar com um sorriso sem graça.

– Acordou faz muito tempo? – perguntou num sussurro.

– Acabei de acordar – respondi, espreguiçando-me. Ela se afastou de mim e voltou a se cobrir com o cobertor. – Acho melhor eu voltar para a sala, antes que a gente tenha problemas.

Ela concordou com um aceno e eu levantei da cama. Voltei para a sala, mas não consegui pegar no sono novamente. Permaneci deitado até ouvir barulho vindo do quarto da Suzana. Aproveitei a deixa para levantar e dobrar o cobertor. Assim que a Sara se juntou a gente, sentamos à mesa para tomarmos o café da manhã e logo estávamos voltando para casa caminhando.

– Essa foi a melhor noite da minha vida – disse ela, a certa altura do trajeto. Ela parecia sem graça e isso a deixava ainda mais linda.

– Eu sei, porque foi a melhor noite da minha vida também – respondi, sorrindo. – Hoje mesmo vou distribuir algumas tirinhas por aí, porque eu mal posso esperar até ter um emprego e um quarto só meu para podermos repetir a dose.

– Você está falando sério? – perguntou, exibindo aquele sorriso que fazia o meu coração quase derreter.

Concordei com um aceno de cabeça e quase caí para trás quando a Sara saltou nos meus braços, num abraço inesperado. Retribuí o abraço com força. Eu amava demais a Helô, mas o que eu sentia pela Sara ultrapassava todos os limites de tudo o que eu já tinha sentido na vida. E eu faria qualquer coisa para ver esse sorriso o tempo todo.

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O fofurômetro explode desse jeito!!

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Beijão

As Últimas Cobaias - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora