A volta

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Mark tinha razão,  Utrecht vazia era melhor que qualquer cidade turística. Tínhamos tudo, o canal, bares e privacidade. O resto das férias foram maravilhosas, corríamos juntos pela manhã, eu ia trabalhar e no final do trabalho ele ia me buscar e sempre fazíamos alguma coisa. Mas ir ao canal e olhar as estrelas era nosso programa favorito,ali falávamos de sonhos, projetos e futuro.

Estava morrendo de saudade de Sílvie, estava até meio triste, mesmo estando realizado ao lado de Mark precisava dividir isso com Sílvie.

Mark estava um pouco mais enrolado, pois como perdeu muita coisa no semestre passado, tinha que se organizar , então passava um pouco mais de tempo no seu alojamento nos últimos dias e eu aproveitava para ler.

Faltando uns quatro dias para as aulas começarem estava afundado num livro no quarto, quando a porta abre, Sílvie chegou.

- Graças a Deeeeeus.. - ela entrou jogando suas coisas e ajoelhando no chão. -  Que saudade disso aqui.

Abri um sorriso largo, minha alegria chegou, corri e me joguei em cima dela.

Nos abraçamos e rolamos no chão igual dois idiotas, nisso Mark chegou e olhou para o chão sem entender nada.

- Estou atrapalhando alguma coisa?       - ele disse meio confuso.

Sílvie se levantou com um sorriso e já o abraçando também.

- Ah para de show. Você passou dois meses agarrado com ele e eu não posso dar nem uma roladinha no chão?

Não tinha como ficar sério perto de Sílvie e Mark riu.

- Claro que pode, quer que ajude a empurrar as camas para terem mais espaço?

Ele virou pra mim e deu sua piscada tradicional, colocando a mão no meu ombro.

- Oi..

- Oi. - Respondi com um sorriso tímido.

- Ah não..- Gritou Sílvie, fazendo nós dois pularmos de susto.  -  Eu ouço um ano de ladainha, passo dois meses imaginando esse romance acontecer, e vocês me vem com um Oi? Oi?  -  disse fazendo uma careta.

Nisso Mark pega minha mão, me rodopia , me joga pra trás e me beija forte. Sílvie gritava, pulava e batia palminhas.

- Satisfeita?

- Mark, menino.. Sig você tem razão, não existe casal mais lindo que vocês dois.

Escutamos duas batidinhas na porta e Antony entrou. Mark me largou na hora e foi pra perto da janela, olhando lá pra fora. Antony deu uma rápida olhada pra ele e olhou pra mim.

- Nossa escutei gritinhos, pensei que fosse uma festa..

- Tony  - Sílvie já foi correndo para abraçá- lo  -  Agora eu sei que posso ser feliz novamente.

- Meu Deus como é dramática, tudo bem Antony? -  Apertei sua mão.

Ele olhou pra minha mão, como se dissesse "vai ser assim? " e apertou sem muita vontade.

- Antony?  -  disse me olhando com uma certa decepção.

Sílvie percebeu o clima estranho e tratou de trazer Mark para o assunto.

- Mark você já conhece nosso amigo Tony? -  dando bastante ênfase no Tony.

- Conheço um pouco, tudo bem Antony?

- Tudo Mark.

- Bem Sig vou lá, fique aí curtindo seus amigos. -  Disse Mark saindo sem me olhar e rápido. Sabia que não estava tudo bem e fui atrás.

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