Uma vida nova

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Os dias ficavam cada vez mais corridos, tinha mudado o horário das corridas para evitar Mark, esse pensamento doía, mas não queria encontrar Louis, não queria ser um problema pra eles. Se Mark sentisse o mesmo que eu, teria largado tudo e vindo até a mim. Ele fez a sua escolha e por mais que me doesse tinha que respeitar. Estava correndo a noite agora e até achava melhor, meu sono melhorou muito.

A quinta feira chegou e logo que acordei Sílvie me lembrou de Antony. Fiz um muchocho..

- Ah Sig.. Não seja injusto, ele é muito gente boa, nós já conversamos.

- Já? Quando?

- Ele bateu aqui um dia, você estava largado aí dormindo, ele me convidou para uma conversa.

- Ele me viu dormindo? - Essa falta de privacidade no alojamento era o que mais incomodava.

- E como viu - Riu Sílvie. - Te olhou com uma ternura - Falou isso fazendo coração com as mãos.

- Você é muito boba Sílvie, vou lá sim. Para ver o que seria essa ' orientação', mas é só. Não tenho tempo para amigos.

- amaaaaargo..Amigos nunca são demais e ele vai te ajudar. Tem que cortar o cabelo Sig, está parecendo o piu- Piu kkkkkk.

- Acordou com a corda toda hein? Vamos para aula senhorita engraçadinha? - Meti uma toca na cabeça e saí.

Mas ela tinha razão, tinha perdido completamente a vaidade, iria começar no trabalho, tinha que apresentar uma boa aparência. Tinha que pegar um dinheiro nas minhas economias e comprar uma bicicleta também, a lanchonete que iria trabalhar ficava mais perto da praia a uma certa distância da universidade.
Como sempre o dia passou correndo, só deu tempo de passar num barbeiro e ir encontrar Antony.

Na primeira batida na porta ele atendeu, parecia ansioso.

- Oi Sig, enfim vamos conversar.
- Abaixei a cabeça meio acanhado, ele tinha esse efeito em mim, não me sentia confortável.

- Estou aqui, mas não tenho muito tempo, tenho que correr.

- Você corre né? Vai fazer parte da equipe?

- Vou tentar né? Tem muita gente boa aqui, mas fiz parte da equipe de revezamento no colégio. - Essa lembrança fazia seu coração pulsar.

- Isso eu sei.

- Como? Como você sabe disso? Não falei com ninguém sobre isso.

- Bem. - Agora ele abaixou a cabeça meio sem jeito. - O campus apesar de ser enorme, às vezes parece um ovo. Conheço Louis.

Só o som desse nome me causava repulsa.

- Ah. - Fiquei sem reação.

- E através dele conheci..- Ele fez uma pausa que fez meu coração saltar - Mark.

Levantei na hora, aquilo estava indo longe demais, me lembrei da minha cidade, o risinho dos policiais, não queria aquilo de novo, esse tipo de exposição.

- Calma Sig..

- Não sei o que você sabe e nem me interessa saber. Minha conversa seria sobre a universidade certo?

- Claro, me desculpe. Não queria entrar na sua intimidade, não tenho esse direito. Só queria te conhecer melhor e achei que esse seria um caminho.

- Pensou errado. - Disse arredio.

- Me desculpe, sente por favor. Juro que esse assunto morreu, a não ser que queira falar.

- Nunca.

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