O susto

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Fiquei duas horas esperando e ninguém aparecia, nem Sílvie e nem Antony. Minha ansiedade só aumentava. De repente bateu uma saudade, tudo o que estava lutando pra esquecer voltou com toda força. Se Mark não estivesse mais ali, teria que redefinir toda a sua vida. Mesmo que não estivesse junto dele, saber que ele estava ali por perto me fazia me sentir seguro de alguma maneira. Que loucura isso.

Meia hora depois a porta se abriu e Sílvie entrou junto com Antony, os dois brancos e com cara de assustados. Senti minha perna tremer e sentei na cama, tinha acontecido alguma coisa.

- Falem logo. Vocês estão me matando. O que aconteceu com o Mark? _Falei e as lágrimas já pulavam no meu rosto.

- Calma Sig, agora ele está bem, está sendo assistido.._ tentou me acalmar Sílvie.

- Como assim assistido? _gritei com força, assustando os dois. Antony tomou a frente.

- Sig, saí daqui e fui direto até Louis e não o encontrei. Então fui ao prédio de Mark e procurei o monitor do andar. E ele me disse que também estava muito preocupado e estava prestes a ligar para os pais dele, que Mark estava faltando muitas aulas e quando ia parecia apático.

Nesse momento eu andava de um lado para o outro, tentando entender todas as palavras de Antony.

- Calma Sig..Tentou Sílvie.

- Continua Antony.._ pedi impaciente.

- Então, batemos na porta do quarto dele e ninguém atendeu, tentamos abrir e estava trancada, o que vocês sabem que não é o de praxe.

Perguntei ao monitor sobre o colega de quarto dele e ele me disse que ele estava sozinho há algum tempo, por que o menino que era seu acompanhante mudou de alojamento e não colocaram ninguém no lugar. Enfim, decidimos arrombar a porta, não queríamos chamar a segurança por enquanto, por você Sig, não quis expor Mark.

- E aí? _ meu peito parecia que ia explodir.

- Ele estava deitado, tentamos acorda- lo de várias maneiras e ele não reagia. Estava respirando, tinha pulso, mas não acordava.

- Como assim?

- Nisso chegou Louis, estava assustado, perguntando o que estávamos fazendo ali. Mas estranhamos que ele estava com a chave do quarto na mão.

Tudo começou a ficar mais confuso, não estava entendendo.

- Ele falou que Mark só estava com dor de cabeça e que tinha dado um remédio a ele. Decidimos fazer o certo e eu e Mathew o outro monitor decidimos chamar a segurança e a enfermaria. Chegou todo mundo e nos mandaram sair. Nesse momento encontrei Sílvie e ficamos embaixo do prédio dele esperando. Quando vimos a segurança indo até o quarto de Louis.

- Eeeee.. Falem logo gente, como está Mark? O que aconteceu?

- Aconteceu Sig que Louis enlouqueceu de ciúmes de você e decidiu dopar Mark pra mantê-lo sobre seu domínio.

Não conseguia acreditar no que ouvia.

- A segurança achou várias receitas de soníferos na sua mochila e como ele cursa farmácia, tinha certas facilidades. Pelo que eu ouvi ele colocava o remédio na bebida de Mark.

- Que loucura, que filho da mãe. E Mark?

- Está bem. Seus pais estão vindo pra cá.

- Seus pais? _ Então eu nem poderia vê-lo, seu pai me odiava por causa de Edy.

- Sig, ele está sendo atendido. Vai ficar tudo bem.

- E Louis?

- Não sei. Foi levado para reitoria, mas a monitoria com certeza ele perdeu.

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