Bambolê

72 10 1
                                    

No dia seguinte arrumamos tudo pra voltar pra casa, não sei dizer o motivo, mas não me sentia confortável com aquele anel no dedo.

Nunca tinha parado pra pensar nesse tipo de futuro, compromisso, noivado, casamento. Minha meta era Mark, mas nunca pensei nessas convenções.

Tudo estava acontecendo muito rápido, só tinha dezenove anos, assumiria uma criança, tinha um anel no dedo. Bateu um certo pânico, mas não podia falar com Mark, ele não entenderia. Ainda tinha meu pai, não sei como ele reagiria a essa novidade.

Esses pensamentos povoavam meu pensamento na viagem de volta.

- Si está tão calado..

- Estou cansado, pensando como vai ser a volta a Utrecht, preparar a chegada de Sílvie.

- Muitas mudanças né?

- Muitas.. - E fechei os olhos, queria o silêncio naquele momento. Precisava absorver muita coisa.

Fora que o anel incomodava, prendia em algumas coisas, coçava, nunca tinha usado nada disso, nem brinco, nem pulseira. Mas naquele momento tinha que ficar com aquele bambolê no dedo.

Mark como se adivinhasse meus pensamentos apertou minha mão, abri os olhos e ele me deu aquele sorriso lindo.

- Tudo vai ficar bem Sig, você é a pessoa mais obstinada que conheço.

- Vai sim, eu tenho você.

Chegamos na casa de Mark um pouco antes do almoço.

- Almoça aqui..

- Tenho que ir pra minha casa Mark..

- Muito difícil te largar depois desses dias...Entra pelo menos pra falar com meus pais.

- Ok.

Subimos e toda família estava vendo televisão.

- Mark.. - Lethie veio correndo abraçar o irmão.

- Que bom que chegaram meninos, como foi o passeio?

- Muito bom Sr Carl..

A mãe de Mark me abraçou com carinho..

- Vocês estão bronzeados, bonitos. Com fome?

- Sim muita mãe.

- Eu vou pra casa..

Mark me olhou meio contrariado, mas queria mesmo ir pra casa.

- Queria contar uma novidade pra vocês..Estamos comprometidos - Mark mostrou a mão com o anel.

- Nossa, sério? Então no futuro teremos um casamento?

Fiquei vermelho, sem jeito, era como carregasse um elefante nos dedos.

- Fala alguma coisa Sig.. - Mark demonstrava impaciência.

- Estamos muito felizes Dona Celie.. - Me limitei a dizer. - A senhora me desculpa, mas preciso de um banho e vou pra casa, mais tarde estou de volta.

- Convide seu pai, para um jantar..

- Meu pai?

- Isso.. Não é Carl?

- Sim claro. E chame Edy também, vamos deixar o passado pra trás, já que no futuro seremos uma família.

- Eu vou ver Sr Carl. Eu agradeço muito. Eu ligo para Mark. - Estava em pânico.

- Até mais tarde então.

Mark me levou até o portão.

- Você está estranho..

BoysOnde histórias criam vida. Descubra agora