Antony

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Meus dias passavam corridos e o período de provas chegou, trazendo uma loucura adicional. Sílvie estava mais doidinha que o habitual, parecia que não parava nunca, sempre pra lá e pra cá, falando sem parar. Nunca mais vi Mark, desde aquela noite.

Queria muito encontrar ele na porta do meu prédio de novo, mais isso não aconteceu. Ele estava bêbado naquela noite, nem deveria se lembrar do que conversamos.

Estava uma tarde estudando no quarto, no pouco tempo que me restava entre aulas e trabalho, Sílvie estava na biblioteca e alguém bateu na porta. Estranhei. Quem seria? Antony?

Levantei meio sem vontade e quando abri a porta a surpresa: Louis.

- Oi..Louis? - Disse surpreso e apreensivo ao mesmo tempo, não estava gostando disso.

- Não vai me convidar a entrar?

- Eu tenho opção? - Respondi contrariado.

- Essa vista é tudo né Sig? - Ele falou já invadindo o quarto. - É igual a minha, aliás dá pra ver muita coisa nessas janelas.

Demorei um pouco pra entender, mas logo veio a luz, ele estava falando da noite do aniversário do Mark.
Continuei calado, não tinha o que falar, aquela história não pertencia a ele.

- Você sabe em que condições conheci o Mark Sig?

O silêncio era minha resposta, não queria aquela conversa.

- Mark sentia dores na cabeça e no rosto ainda , mesmo seis meses depois de ter sido espancado por seu irmão.

Continuava mudo, mas minha expressão mudava a cada minuto, o que ele pensava que sabia? Ele não sabe de nada.

- Eu cuidei do corpo e da alma despedaçada do Mark. E eu o amei desde o primeiro minuto, sem nunca duvidar..

- Ei, e porquê você acha que devo saber disso?

- Por que vc apareceu Sig, por que você está aqui , você veio atrás dele, não é justo.

- Eu não sabia da sua existência Louis, não vou mentir dizendo que não vim pra cá por Mark, mas desde que soube que estão juntos tenho me mantido distante.

- Distante? - Louis riu debochado. - Eu vi ele caindo de bêbado e você o beijando Sig.

- Se você se deu o trabalho de nos seguir, teria que fazer direito. Eu não o beijei, nós nos beijamos. Foi uma fraqueza, um erro Louis.

- Ele é meu Sig.

- Sim, é com você que ele está não é? O que você faz aqui então Louis? Se ele é seu, eu não sou nada.

- Você é uma lembrança ruim.

- Que seja então, mas essa lembrança ruim aqui está tentando viver a própria vida. Agora se me dá licença tenho que ir trabalhar.

Nesse instante Sílvie abre a porta e dá de cara com Louis.

- Oi Sílvie..

- Oi Louis, vc por aqui?

- Ia dizer o mesmo. Pensei que conheceria seu colega de quarto Sig.
- Fiquei branco, Louis também era monitor, não poderia saber do nosso arranjo.

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