Acordei assustado e voltei correndo para o hospital, não me sentia bem em casa, era como se estivesse abandonando Sig. Fiquei dois dias inteiros lá, só ia em casa pra tomar banho.
- Mark.. Você está emagrecendo meu filho..
- Não adianta mãe, lá é meu lugar. Não consigo ficar aqui parado.
- Eu sei filho, fiz uma bolsa com alguns lanches e um cobertor. Vai ficar perto do seu amor.
- Obrigado por me entender mãe.
- Eu também amo muito seu pai Mark. Sou apaixonada por ele e com certeza faria a mesma coisa.
Passaram-se dias nessa agonia de UTI, mas Sig estava se saindo bem.
Numa tarde estava com Sr Theo e Sílvie, quando o médico veio falar com a gente, meu coração sempre acelerava nesse momento.
- Boa tarde família.
- Boa tarde dr.
- Bem Sigmund está estável, o cérebro está se recuperando bem , já está desinchando. Ele está respirando sozinho. Então ele vai para o semi intensivo, estamos retirando os sedativos e agora estamos na dependência dele acordar. No semi intensivo ele vai poder ter companhia, a presença da família e amigos é importante nesse processo, conversem bastante com ele,falem como se estivesse acordado, muita gente lembra dessas conversas quando acordam.
- A gente pode entrar agora? - Pedi aflito.
- Pode. Mas depois só um pode ficar.
Nos abraçamos felizes, ele ia se recuperar, eu iria fazer o que fosse possível.
Sig estava com uma expressão serena, era muito bom vê- lo de perto, depois de tanto tempo vendo ele só através de um vidro. Toquei no seu rosto, com muito cuidado, cheguei pertinho do seu ouvido e falei:
- Fica calmo que agora estou pertinho de você e eu te amo.
Sílvie segurava sua mão e Sr Theo chorava.
- Sig estou sentindo falta dos seus ouvidos para me ouvir. Vou falar tanto que você vai acordar para pedir silêncio. - Disse Sílvie.
Todos rimos, tinha vontade de abraçar ele, de ficar ali pertinho dele.
Fizemos um esquema para ter sempre alguém com ele. O pai do Sig, Edy, minha mãe e eu ficaríamos revezando, mas eu ficaria mais tempo.
Sílvie tinha consultas marcadas e aquela rotina de hospital não estava fazendo bem a ela, com muito custo ela aceitou ir pra casa, com a condição de eu ter que ligar duas vezes ao dia.No terceiro dia que Sig foi para o quarto estava lendo um livro e olhei distraído pra Sig e meu coração disparou, ele estava de olhos abertos.
- Sig? Sig? - Os olhos dele estavam fixos no teto, parecia que não me ouvia. Fui correndo chamar o enfermeiro.
- Ele abriu olho..
O enfermeiro veio, viu os sinais vitais e olhou pra ele.
- Sig você está me ouvindo? Se tiver pisca.
Ele demorou um tempo e piscou lentamente. Quase explodi de alegria, mas no segundo seguinte ele fechou os olhos de novo.
- Ele não acordou?
- Isso é normal Mark, pode acontecer espasmos, níveis de consciência baixos, mas mantenha a esperança ele vai acordar.
Fiquei olhando pra ele um tempo, esperando ele abrir o olho de novo, mas isso não aconteceu.
A gente sempre conversava com ele, minha mãe lia livros, Edy e Theo contavam histórias da infância e eu só falava do meu amor por ele.
Passou mais uma semana, só teria mais duas semanas de férias, Antony se ofereceu a universidade para ocupar a vaga da monitoria enquanto Sig estava nessa situação, e diante da comoção do caso a universidade permitiu. Eu não conseguiria voltar, só voltaria com ele.
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Boys
RomanceA descoberta da sexualidade, do primeiro amor e superação quando é um amor entre iguais. Sig e Mark foram separados abruptamente após terem se descoberto apaixonados. Sig vai ter que lutar muito para ser aceito e se aceitar e reencontrar Mark. Uma l...