COLIN: Já chega! Eu proíbo você de falar assim da Nuria! Eu quero falar com o meu pai!
A rainha responde com uma risadinha sarcástica.
ILIANA: Querido, você sabe que o rei está doente, ele está perdendo a razão. O chanceler e eu concordamos em relação a isto. Se até a próxima semana, você ainda não estiver casado com a princesa, como combinado, Adam assumirá o trono.
Casado?
ILIANA: Você já está noivo há bastante tempo. Se bem me lembro, você costumava achá-la perfeita. Então, está na hora de oficializar isso. Já deixei você se divertir bastante com essa sua amiguinha, não era isso que você queria?
Eu enfio meus dedos entre meus cabelos, bastante nervosa. Colin, negue tudo, por favor...
Mas o príncipe permanece em silencio. Com isso, percebo que... Desde o inicio, Colin está comprometido com outra.
Eu suspiro fundo e seguro o choro que parece inevitável. Tudo não passava de mentiras, ele nunca me prometeu nada, mas seus gestos eram tão carinhosos... Tão sinceros... Achei que ele realmente gostava de mim.
Pensei que nosso romance continuaria crescendo...
ILIANA: Seu silencio apenas comprova que eu estou certa. Não adie o inevitável, e faça a família real ter orgulho de você, cumprindo o seu dever como príncipe mais velho.
COLIN: Você tem razão, me desculpe pelo meu comportamento inadequado. Antes de qualquer coisa, preciso pensar na família. Ela foi apenas uma diversão.
ILIANA: Óptimo, era isso que eu queria ouvir.
Nada parece fazer sentido... Todos os momentos com ele, aquela noite, especialmente... Me sinto uma boba, que foi enganada!
Minha visão fica turva novamente, meu coração está partido. Porque ele brincou assim comigo? Mesmo depois de conseguir o que ele queria de mim?
Eu enxugo as lágrimas no meu rosto, mas elas não param de cair. Eu continuo esfregando e esfregando, meus olhos encharcados.
Como se isso fosse fazer minhas dores desaparecerem e acabar com a minha tristeza.
GABRIEL: Nuria? O que há com você?
Eu nem o ouvi se aproximando. É como se eu tivesse perdido a consciência de tudo ao meu redor.
COLIN: Nuria?
O príncipe ouviu Gabriel me chamando e chega perigosamente perto da porta. Eu olho para o chão, tentando esconder meu rosto, então, decido começar a correr esbarrando levemente em Gabriel no caminho.
Eu saio correndo do castelo, onde tudo é apenas uma questão de poder e manipulação. Ouço vozes que parecem estar me chamando, à distancia.
Não, eu não vou voltar.
NURIA: Me deixem em paz.
Eu saio de lá sem sequer olhar para trás. Meus olhos estão cheios de lagrimas, mas no caminho de volta, consigo me acalmar um pouco.
Quando eu chego em casa, decido me trancar no meu quarto. Não quero que a Lisa me veja assim.
Eu sento atrás da porta do quarto, encolho as pernas, abraçando-as contra mim, e apoio a testa nos meus joelhos. Flashes de Colin e eu ocupam os meus pensamentos.
Eu abraço minhas pernas com mais força ainda... Eu deveria ter desconfiado, eu deveria ter percebido... Não sei por quanto tempo fiquei ali, sentada com esses pensamentos sombrios...
Cafageste. Eu repito essa palavra...
Lisa bate na porta, no quarto dia, eu acho. Não tenho tanta certeza porque perdi a noção do tempo.