Encontrei alguns panfletos de uma festival de arte, agendado para daqui a um mês. Será o momento ideal para iniciar minha carreira secreta.
Eu só precisarei sair de casa por alguns dias, sem que percebam... Eu dou um longo suspiro, isso será difícil.
Eu continuo pensando nas possibilidades que tenho, infelizmente, terei de fazer isto sozinha.
Eu escondo o papel na bolsa e sorrio discretamente para o meu pai.
PAI: O que foi?
NURIA: Ah, não, nada. Eu estava só lembrando de algo engraçado.
PAI: O que seria?
NURIA: Acho que você não veria graça.
Ele me dá um olhar questionador, mas não diz nada.
NURIA: A propósito, eu estarei livre durante as noites?
PAI: Se avançarmos rapidamente, porque não? Mas não se esqueça que haverá outros bailes.
NURIA: Não esquecerei, eu estarei lá. Obrigado.
Eu dou um beijo em seu rosto.
PAI: Você tem algum paquera nocturno?
NURIA: O quê? Não, claro que não.
Ele ri, diante do meu olhar um pouco assustado.
PAI: Eu estava brincando, querida, precisarei de sua ajuda durante o dia, mas à noite você estará livre. Estou feliz por você estar levando os negócios a serio.
Se ele soubesse...
Eu concordo com a cabeça e continuamos arrumando as coisas mais um pouco, antes de irmos para casa.
PAI: Na verdade, para evitar o ir e vir desnecessário, acho que será melhor se você dormir no castelo.
NURIA: Sim, boa ideia.
Sinceramente, não gostei muito disso, mas pelo menos poderei ir ao festival sem ser supervisionada.
Eu não havia planeado isso com antecedência, deve ser uma maneira de me aproximar do príncipe.
Eu abro minha mala e coloco minhas roupas, depois, vou até o ateliê e pego tudo o que preciso. Com certa apreensão, eu vou para a cama.
No dia seguinte, começo a trabalhar tranquilamente. Percebo que esta será a minha vida diária, até o dia do festival.
Após terminar o dia sem ser interrompida, eu me levanto e saio da sala em silencio, preciso descansar um pouco.
Passando pelo corredor, encontro com a governanta.
NURIA: Com licença, eu gostaria de saber se as minhas coisas foram colocadas no quarto.
GOVERNANTA: Sim, senhorita, eu a acompanho até lá. Por favor, venha.
Eu a sigo pelas escadas.
GOVERNANTA: Aqui está o seu quarto, de frente para o príncipe Colin e, no final do corredor, está o quarto do príncipe Adam. O resto são apenas quartos de hospedes, é bem tranquilo por aqui.
NURIA: Obrigada.
Ela abaixa a cabeça e me deixa sozinha. Me pergunto se eu devo falar com os príncipes... Seria mais educado... Então, decido bater na porta de Colin, eu bato algumas vezes e a porta se abre.
Ele me olha por um momento e sorri.
COLIN: Boa noite, Nuria, a que devo essa visita?
NURIA: Só vim avisar que eu ficarei no quarto aqui na frente...
COLIN: Ah, certo, agora será mais fácil acompanhá-la até o seu quarto.
Nós rimos discretamente.
NURIA: Bom, não vou incomodá-lo mais.
Ele sai do quarto, me obrigando a dar um passo para trás, e fecha a porta trás dele.
COLIN: Você não está incomodando. Na verdade, eu estava indo jantar, quer vir comigo?
NURIA: Porque não?
Ele coloca a mão na parte inferior das minhas costas e me empurra gentilmente.