Eu saio de casa e uma carruagem está me esperando...
NURIA: Olá.
Certo... o cocheiro não me responde...
Bom, acho que minha irmã pediu para ele me esperar aqui, então eu entro, tranquilamente, e os cavalos começam a andar.
No entanto, em vez de ir ao castelo, o cocheiro me leva até o porto.
NURIA: Com licença, eu estava indo até o castelo...
COCHEIRO: Ordens do príncipe, por favor, saia senhorita.
NURIA: Colin?
Percebo a voz do cocheiro seca e firme, então não insisto. Decido sair da carruagem, curiosa com o que se está passando...
Quando coloco os pés no chão, vejo Colin.
COLIN: Olá, Nuria. Desculpe por isso... Você não teria vindo se eu tivesse lhe dado escolha.
Ele tem razão...
NURIA: Olá.
Eu prefiro ir directa ao ponto.
NURIA: Porque eu estou aqui?
Colin se aproxima de mim, e coloca gentilmente as mãos em meus ombros.
COLIN: Nuria, eu gostaria que você conhecesse a tal princesa do país vizinho.
NURIA: Como?
COLIN: Eu disse venha comigo até o condado vizinho, por favor.
NURIA: Então, eu tinha razão... Para quê? Eu realmente não quero conhecer a sua... noiva. E ainda estou muito brava com você.
Eu cruzo os braços, deixando claro que não estou afim. Colin suspira fundo e me olha nos olhos.
COLIN: Porque eu quero apresentar você oficialmente, Nuria. E passar um tempo juntos será bom para nós, eu acho.
NURIA: Me apresentar?
COLIN: Sim, eu pensei em tudo o que você disse, e não quero deixar os outros decidirem por mim. Eu nunca conseguirei esquecer você. Por favor, nos dê outra chance.
NURIA: Eu não sei...
COLIN: Se você quiser que eu me ajoelhe, eu farei isso. Posso continuar aqui implorando eternamente, mas isso só nos prejudicaria...
Eu faço uma cara séria e Colin sorri, então, ele começa a se ajoelhar no chão. Estou convencida de que ele não vai parar.
Eu balanço minhas mãos na frente dele, para ele parar.
NURIA: Não! Pare! Eu sempre quis viajar por aí.
E ele decidiu me escolher, e abandonar o seu reinado. Eu sorrio para ele, ainda incerta.
Colin respira fundo, aliviado.
COLIN: Obrigado.
Eu mordo meu lábio, e nós nos preparamos para partir, juntos. Não sei porque eu estou seguindo ele.
Ele me lembra uma criança que só quer ser perdoada, e eu não consigo resistir. Ele tem esse poder sobre mim, para me fazer acreditar de que tudo dará certo. Mas isso não é verdade, nada é perfeito.
De frente para o mar, eu admiro a paisagem. Após finalizar os preparativos com o capitão, o príncipe vem até mim. Ele apoia os cotovelos na grade e também admira o horizonte.
COLIN: Isso me lembra daquele nosso encontro... Eu não me divertia há muito tempo.
Lembranças voltam à minha mente.
NURIA: Sim...
Eu fico em silencio por alguns segundos, antes de mudar de assunto.
NURIA: Enfim, quem é essa tal princesa?
Como se já esperasse pela pergunta, Colin se vira para mim.
COLIN: Doris, a filha mais velha do Rei de Atenas. Eu só a vi duas vezes, e na primeira vez tínhamos 6 anos de idade.
NURIA: Seis? Isso é terrivelmente jovem.
COLIN: Sim, e como sabemos, nessa idade, a noção de casamento está muito além da nossa compreensão.