Lisa se aproxima de mim.
LISA: E como foi o festival?
Aqui vamos nós... Eu tomo um grande gole de agua.
NURIA: Eu... perdi. Não consegui ganhar o prémio.
Dizer isso em voz alta, me fez perceber uma coisa. Eu tento abrir um sorriso calmo, para mostrar que, apesar de tudo, eu não estou chateada, eu estou bem.
LISA: Ah, Nuria...
NURIA: Eu vou pedir a Colin para entrar em contacto com a Vitoria novamente, será uma boa oportunidade para falar com ela novamente. Precisamos descobrir a verdade sobre isso.
LISA: Certo, eu estou ao seu lado, aconteça o que acontecer. Depois nos falamos.
Eu concordo com a cabeça e termino de comer. Eu sei o que preciso fazer, então decido me arrumar e ir até o castelo.
Cansada mentalmente e fisicamente, meu coração está acelerado, é hoje que pretendo fazer a minha declaração.
Com todos esses momentos que passei com Colin, fui mais feliz do que em toda a minha vida. Ele sabe como me confortar, me faz rir, e eu quero ficar com ele.
Já fiz a minha escolha, eu vou me declarar a Colin, ele conseguiu me conquistar, ganhou meu coração.
Eu estou... apaixonada? Sim, pois é.
Eu olho para a pintura da minha mãe com melancolia.
NURIA: Tenho a certeza que você ia adorar ele, mãe. Todos gostam dele.
Eu saio do meu quarto e vou até o castelo. Estou irradiando felicidade, espero que ele também se sinta assim. Colin dá a impressão de que sim.
Eu não sou ingénua, contudo, estou começando a criar expectativas em torno deste relacionamento.
Eu imagino sua reacção quando eu me declarar, me abraçando e dizendo o quão feliz ele está com a minha decisão. E que mesmo que a rainha seja contra, ele não se importa.
Que imaginação fértil!
Talvez eu devesse ser uma escritora...
Bom, é hora de eu parar de sonhar e tomar uma atitude.
Eu entro no castelo após anunciarem a minha chegada, o mordomo disse que Colin está na ala oeste, com o príncipe Adam. Perfeito!
Eu penso no mascarado, enquanto sigo até o ponto de encontro. Eu cumprimento todos, com uma voz amigável e alegre.
Eu viro para a direita, e sigo pelo longo corredor, o mesmo que leva até os quartos. Ei... uma das portas está entreaberta. Eu me aproximo lentamente...
COLIN: Isso é besteira!
Colin parece estar nervoso, curiosa eu decido continuar ouvindo atrás da porta. Eu encosto na parede, ao lado da porta da entrada.
Sei que é indelicado ouvir as conversas das outras pessoas, no entanto, sinto muita raiva na voz de Colin, e isso me intriga.
ILIANA: Por favor, abaixe o seu tom de voz, Colin!
Ah não, ela não.
ILIANA: É assim que tem que ser, ponto final!
Sobre o que eles estão falando?
COLIN: Iliana, você sabe muito bem que eu gosto da Nuria.
ILIANA: Aquela jovem burguesinha? Aquela que também deu em cima do seu irmão? E do Gabriel? Ora, Colin, você merece coisa melhor. Eu não sou sua mãe biológica, mas me preocupo com você.
Que vaca!
Colin, por favor, não acredite nela.
Eu mordo meu lábio, e me seguro para não entrar no quarto.